Na esteira da crise da Gol, governo avalia fundo de R$ 6 bi e isentar querosene

Em recuperação judicial nos Estados Unidos, empresa aérea Gol diz que operação está mantida no Brasil

Da redação

Nos aeroportos, a reclamação é a mesma dos consumidores: o preço da passagem aérea. Em entrevista à Band, o professor Wilson Lacerda disse que precisou voltar de ônibus de uma viagem, pois só conseguiu pagar a ida de avião.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, o preço médio da tarifa subiu 48%. De um lado, passageiros torcem para que os preços caiam. Do outro, companhias aéreas afirmam que enfrentam uma crise financeira.

“O setor aéreo acabou de passar por uma pandemia. Faz dois anos que acabou, mas, certamente, ainda impacta. O fluxo de caixa ainda não é o mesmo. Então, realmente, passou por um momento muito difícil. A gente teve guerras, que subiram o preço do petróleo”, considerou Fernando Canutto, especialista em direito empresarial.

A companhia Gol, que acumula uma dívida de R$ 20 bilhões, entrou com o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Na prática, é uma proteção contra credores.

 A Gol detém a segunda maior fatia do mercado aéreo brasileiro, mais de 33%. A empresa diz que todas as operações serão mantidas, sem mudanças para os clientes nem demissões de funcionários.

O Ministério de Portos e Aeroportos acompanha o plano de reestruturação da Gol e tenta emplacar um pacote de ajuda às empresas. A proposta é criar um fundo de financiamento de até R$ 6 bilhões para a aviação civil, além de baixar o preço do querosene. Os custos com combustível representam 40% das operações das empresas.

A solução, porém, esbarra na equipe econômica do governo, contrária a dar isenção fiscal sobre o querosene.

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