A polícia afirma que o crime organizado já lavou R$ 20 bilhões em três anos. Parte desse montante teve a ajuda via mercado de criptomoedas. As informações são do repórter Rodrigo Hidalgo, no Jornal da Band.
Ironicamente, foi dentro de uma máquina de lavar que a polícia encontrou a quantia em dólares que deu início à investigação de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Os valores foram apreendidos durante uma operação contra uma quadrilha de narcotraficantes internacionais no fim de 2018. Na época, 21 pessoas foram presas em uma ação em 5 estados.
Um dos líderes do esquema, Marino Divaldo de Brum, comandava de dentro de uma penitenciária gaúcha o envio de toneladas de cocaína para a Europa pelos portos do sul.
Os policiais descobriram que as cifras milionárias do narcotráfico eram lavadas pela célula financeira da quadrilha em São Paulo. A suspeita é que eles tenham movimentado mais de R$ 20 bilhões em três anos, por meio de dezenas de laranjas e empresas de fachada.
Em uma operação feita nesta quinta-feira (29), os agentes apreenderam computadores, agendas e anotações nas sedes de três dessas empresas. Uma tinha endereço em quarto de hotel do centro de São Paulo e as outras em escritórios que funcionam em salas comerciais.
O esquema bilionário de lavagem de dinheiro seria coordenado por chineses que vendem produtos contrabandeados na região central da capital paulista, um dos principais centros de comércio popular do país.
Segundo as investigações, parte dos valores era ocultada no mercado de criptomoedas - que são de difícil rastreio. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 111 milhões de reais de uma corretora que atua no setor e teria sido usada pela quadrilha para a lavagem de dinheiro.
“Existe uma falta de regulamentação desse mercado, e essa falta de regulamentação, ela é mundial. Então é algo que dificulta a atuação das autoridades que combatem a lavagem de dinheiro”, explicou o delegado Marcelo Ivo de Carvalho.
A Polícia Federal investiga se o esquema tem relação com a apreensão de R$ 7 milhões em um helicóptero que viria ontem do Rio de Janeiro para São Paulo. A quantia estava com um casal que trabalha no mercado de criptomoedas e não soube explicar a origem do dinheiro.