Jornal da Band

Tratar o vizinho como democracia não dá, diz Oinegue sobre eleições na Venezuela

Jornalista destacou a clara mudança de postura do governo Lula em relação ao país vizinho, mas condenou uma possível defesa da democracia venezuelana

Da Redação

Governo brasileiro demonstrou preocupação com eleições na Venezuela
Governo brasileiro demonstrou preocupação com eleições na Venezuela
Divulgação/Ricardo Stuckert

O apresentador do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, criticou a nota do Brasil demonstrando preocupação com as eleições presidenciais na Venezuela após a candidata da oposição ao presidente Nicolás Maduro, a professora Corina Yaris, ter a sua candidatura barrada. O jornalista destacou a clara mudança de postura do governo Lula em relação ao país vizinho, mas condenou uma possível defesa da democracia venezuelana.

"A mudança de postura do governo é real e discreta. A principal frente de oposição a Nicolás Maduro não consegue registrar a candidata e o Itamaraty diz em nota que acompanha a agressão com 'expectativa e preocupação'. E que espera que a eleição fortaleça a democracia venezuelana. Que democracia?/ Ditadura", afirmou Oinegue.

O âncora ainda lembrou que o Brasil se relaciona com outros países que possuem governos autoritários, mas sem fazer uma defesa da democracia desses locais. "(A Venezuela) Um estado corrupto, um povo que vive de maneira miserável. Censura à imprensa, desprezo pelo Congresso. Judiciário tutelado. Arbitrariedade pra todo lado. Maduro chegou ao poder em 2013 e vem se reelegendo em pleitos de fachada. O Brasil mantém relações com regimes autoritários: Arábia Saudita, Angola, Egito, Vietnã, China... E sem críticas. Não dá pra cobrar crítica só em relação à Venezuela. Mas tratar o vizinho como democracia aí não, né?", completou Oinegue.

Em resposta, a Venezuela criticou a postura do Brasil, chamando o país de "intervencionista e carregado de ignorância" e ironizou a nota do Itamaraty, dizendo que parecia um comunicado do governo dos Estados Unidos.

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