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Ouro do Brasil ajudou na reconstrução de Lisboa após terremoto

Mais de 70% da produção do ouro do Brasil atravessou o Oceano Atlântico no Século XVIII

Da Redação, com Jornal da Band

Há mais de 250 anos, um grande terremoto destruiu Lisboa. Mas o ouro do Brasil ajudou a reconstruir a cidade. A série “200 anos da Independência”, do Jornal da Band, explica como isso aconteceu.

Depois que os portugueses partiram para diversos mares nunca navegados, nenhuma colônia foi tão importante para eles quanto o Brasil. Afina, por décadas, nosso país abasteceu a Coroa com o que tinha de mais valioso, o ouro, que era encontrado em Goiás, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais.

Por muito tempo esse ouro serviu para pagar dívidas à Inglaterra. Mas uma catástrofe, em 1775, mudou esse cenário. Lisboa foi atingida por um terremoto forte - os tremores chegaram a intensidade 9 da Escala Richter. Muitos locais importantes foram destruídos, inclusive com documentos sobre a descoberta do Brasil. E um tsunami ainda terminou de destruir com a região.

Foi tudo surpreendente e terminou com cerca de 50 mil mortes em uma população que tinha aproximadamente 200 mil pessoas.  

A reconstrução não foi fácil, mas aconteceu com pompa e circunstância. O projeto foi liderado pelo diplomata iluminista português, Marquês de Pombal. E o Brasil teve participação fundamental nisso.

“O Brasil foi fundamental, principalmente devido aos chamados ‘quintos do Brasil', que eram os minérios. Um quinto dos minérios vinha pra Portugal", diz Aline Gallasch-Hall de Beuvink, historiadora da Universidade Autônoma de Lisboa.

Os números são impressionantes. No século XVIII, 555 toneladas atravessaram o Atlântico. Isso representa mais de 70% da produção do ouro do Brasil.

“O Ouro do Brasil serviu para Portugal ter maior liquidez no Século XVIII, saldar algumas balanças comerciais com outros países, e serviu certamente para investimento público”, explica a pesquisadora Rita Martins de Souza.

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