A equipe de ‘Espanha de Picasso’ desembarca no País Basco no último episódio da série do Jornal da Band. A produção visita a cidade que Pablo Picasso nunca esteve, mas que serviu de inspiração para o quadro mais famoso da carreira: Guernica, de 1937.
A tela, com quase oito metros de altura, se transformou no símbolo da luta contra a opressão, violência e autoritarismo. A pintura é um documento histórico da guerra civil espanhola, logo após a tomada de poder de Francisco Franco em 1936. Apoiado por nazifascistas e forte apoio militar, o norte espanhol virou campo de teste de armas e destruição.
A cidade de Guernica, na região do País Basco, tem pouco mais de 18 mil habitantes. Em 1937, ela foi atacada por mais de três horas. Estima-se que 50 toneladas de bombas foram despejadas pelas forças nazistas e aviões metralhavam a população desarmada, que tentava fugir.
“Como não haviam armas antiaéreas, os aviões voavam baixo, não tinham defesas. Então, eles passavam livremente matando crianças, mulheres e pessoas indefesas. Foi um trauma muito grande, sobretudo por atacar uma população longe da frente de batalha”, diz o guia Asier Benegas .
O nome Guernica vem da árvore da resistência, que representa a história e coração basco. E foi justamente no ano do ataque que o governo espanhol encomendou ao Picasso um mural para decorar o estande da Espanha na exposição internacional de artes de Paris.
O pinto escolhia o tema para a obra quando leu nos jornais sobre o ataque. Surgiu assim, a Guernica de Picasso. Oito personagens, pessoas e animais desesperados. Cubismo e realismo juntos, lembrando páginas de jornal. Quando a tela ficou pronta, Picasso, que morava em Paris, proibiu que ela fosse exposta na Espanha enquanto o ditador Franco estivesse vivo.
A peça nos anos seguintes foi símbolo de movimentos políticos e pacifistas. A obra nunca foi comentada por Picasso, que afirmou à época que não caberia a ele definir os símbolos. “A interpretação cabe ao público”, disse Picasso.