PF vê conexão entre fraude em cartões de vacina e tentativa de golpe

A Polícia Federal deve concluir até o fim de julho, as investigações sobre a tentativa de golpe

Por Túlio Amâncio

A Polícia Federal acredita que há uma conexão entre a fraude nos cartões de vacina e a tentativa de golpe articulada no final do governo Bolsonaro.

No relatório de conclusão do inquérito, a Polícia Federal diz que a falsificação dos cartões “pode ter sido utilizada para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de estado, pudessem ter documentos necessários para entrada e permanência no exterior, aguardando a conclusão dos atos relacionados à nova tentativa de golpe no dia 8 de janeiro."

Bolsonaro viajou pra Flórida, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, dois dias antes de deixar a presidência. Seguindo as regras diplomáticas da época, um presidente não precisaria apresentar comprovante de vacinação, apenas um teste negativo pra covid. Mas para permanecer, depois de deixar de ser presidente, o certificado de imunização poderia ser cobrado.

Por isso, a Polícia Federal aguarda dados do departamento de Justiça dos Estados Unidos para saber se Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e outros investigados, usaram cartões de vacina falsos nos Estados Unidos entre o fim de 2022 e o início de 2023.

A Polícia Federal deve concluir até o fim de julho, as investigações sobre a tentativa de golpe. Neste inquérito, o ex-ministro da Casa Civil, general Braga Neto, é um dos principais personagens. Além de atuar politicamente, Braga Neto é suspeito de articular a parte financeira para manter o acampamento na porta do quartel em Brasília e bancar a vinda dos chamados kids pretos, uma força especial do exército.

A PF identificou integrantes do grupo no quebra-quebra de 8 de janeiro. A defesa de Braga Neto nega as acusações. Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro ficou em silêncio.

Mais notícias

Carregar mais