Imagens e gravações exclusivas mostram a ação da Polícia Civil de São Paulo para prender integrantes de uma quadrilha presos na terça-feira (6) roubando cargas de soja. As informações são do Jornal da Band.
A ação na madrugada aconteceu em Assis (SP), a cerca de 440 km da cidade de São Paulo, onde fica a sede da transportadora usada de fachada pelo bando. No local, foi peso um dos líderes do esquema.
A quadrilha oferecia o serviço de escoamento da produção de grãos do campo para os portos, de onde seria exportada. Mas os criminosos enganavam os agricultores, apresentando documentos falsos que comprovavam a entrega no destino final - quando a carga, na verdade, era desviada e revendida com notas frias.
A polícia identificou o desvio de pelo menos 40 carretas desde março. Cargas que somadas totalizam 2 mil toneladas, com valor de R$ 10 milhões.
Um dos alvos dos criminosos foi uma fazenda em Paranatinga (MT), a 340 km de Cuiabá. Os fazendeiros só descobriram a fraude ao comparar os documentos com o destinatário da carga.
“Vi que essas cargas não estavam na relação do armazém. Entrei em contato com o armazém, e eles verificaram que eram documentos adulterados”, explicou a produtora rural Luciana Vidori. “A gente teve um prejuízo de R$ 300 mil com essas cargas que foram desviadas da fazenda”, relatou.
Durante as investigações, a polícia descobriu também indícios de desvios menores por parte de outras empresas de transporte da região.
“A transportadora ali, todas as transportadoras roubam dos agricultores. Todas. Eles tiram 45, 50 toneladas e estava indo descarregar só 37”, disse um integrante da quadrilha em uma conversa telefônica gravada.
O trabalho das autoridades agora é focado na identificação dos receptadores das cargas. A polícia já sabe que, entre eles, estão produtores rurais ligados ao crime organizado, que revendiam a carga com notas frias para lavar dinheiro, e também agricultores que não teriam conhecimento da procedência ilícita dos grãos.