Polícia da Bahia conclui que traficantes ordenaram morte de líder quilombola

Investigador aponta que morador da região do quilombo estava insatisfeito com ativismo ilegal de mãe Bernadete

Por Ramon Ferraz

A polícia da Bahia concluiu que a líder quilombola Mãe Bernadete foi morta a mando de traficantes. Seis pessoas vão responder pelo crime e podem pegar 30 até anos de cadeia.

De acordo com a Polícia Civil do estado, Bernadete Pacífico foi morta por contrapor interesses de criminosos. A investigação aponta que um morador da região do quilombo, que fazia extração ilegal de madeira estava insatisfeito com o ativismo ambiental exercido por mãe Bernadete. 

A polícia encontrou um áudio enviado por ele a integrantes de uma facção do tráfico de drogas para instigar o assassinato da quilombola, já que ela também tinha feito denúncias sobre a venda de drogas em um bar recém-construído por traficantes. 

"Bernadete falou que no dia da festa vai cercar tudo de polícia, vai pegar todo mundo aí. Ela tá mandando um carro preto aí cheio de polícia pra tirar fotos das barracas. Você fique ligado aí, ó”, disse o suspeito. 

Depois disso, chefes do tráfico ordenaram a morte da líder religiosa. O madeireiro foi quem orientou os assassinos sobre como chegar até a casa dela. Ele aconselhou que os criminosos caminhassem de forma discreta até a casa da vítima. A informação foi confessada por Arielson, um dos assassinos, que está preso.

A polícia indiciou seis pessoas, entre elas, os mandantes do crime, Ydney dos Santos e Marílio dos Santos, além do madeireiro Sérgio Ferreira de Jesus, que já está preso, assim como outros dois acusados.

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