A polícia do Paraná prendeu uma quadrilha que adulterava malte usado pra fazer cerveja. O golpe durou dois anos.
A troca do malte bom, usado na produção de cervejas, por produtos de baixa qualidade era feita durante o transporte contratado para grandes cervejarias.
Nos barracões, na região de Ponta Grossa, os criminosos separavam metade da carga e misturavam cevada forrageira, usada como ração de porcos. A parte boa era repassada para um receptador na região metropolitana de Curitiba, que revendia para micro cervejarias do Paraná e de São Paulo. O malte adulterado seguia o caminho normal, para grandes fabricantes de cerveja. Os testes de qualidade feitos nessas empresas detectaram a fraude e elas acionaram a Associação Brasileira de Combate à Falsificação.
A investigação durou seis meses. Nesta quarta-feira (4), a Polícia Civil do Paraná cumpriu 33 mandados de busca e apreensão em quatro cidades do estado e também no Rio Grande do Sul, onde tinha um braço da quadrilha.
Quatro pessoas foram presas até agora - entre elas, o líder do grupo, que é dono de uma transportadora. Os agentes também apreenderam sete carretas roubadas e toneladas de malte puro, roubado de fabricantes.
Segundo a polícia, a organização criminosa atuava desde 2020. Além das maltarias, cervejarias de pequeno, médio e grande porte foram lesadas. A estimativa é de que o prejuízo chegue a R$ 50 milhões por ano.