Jornal da Band

Polícia do RJ investiga se advogada forjou próprio sequestro e acabou morta

Investigação aponta indícios de que a advogada Anic Herdy teria um caso extraconjugal com o falso policial federal suspeito de sequestrá-la

Da redação

Em Petrópolis, Região Serrana do Rio De Janeiro, imagens mostram o momento em que a advogada Anic de Almeida Herdy chega a um shopping, pouco depois das 11h do dia 29 de fevereiro. Às 11h33, ela sai do centro de compras e atravessa a rua, última vez que foi vista.

As imagens não mostram, mas, segundo a polícia, a advogada entrou no carro de Lourival Correa Fadiga, principal suspeito pelo desaparecimento de Anic. O homem era homem de confiança do marido da desaparecida, o empresário Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, antigo dono do grupo de ensino Unigranrio.

Para se aproximar da família, Lourival se apresentou como policial federal e fez serviços de instalação de câmeras na casa.

Suspeita sobre Lourival

“Ele foi o principal suspeito porque foi ele que não queria comunicar a polícia. Ele mentia para a família, dizendo que era da Polícia Federal. Tudo isso começou a chamar atenção. A forma das mensagens do sequestrador. Ele começava a falar com erros gramaticais, mas, logo em seguida, quando falava dos dólares, bitcoins, usava a pontuação correta, gramática correta”, contou a delegada Cristiana Bento.

Na mensagem enviada, no dia do desaparecimento, o sequestrador dá um prazo de quatro dias para Benjamin pagar o resgate de R$ 4,6 milhões, sob ameaças, ao dizer que monitorava a casa pelo celular da vítima. Benjamin, então, concordou em fazer o pagamento em reais, dólares e bitcoins.

No dia 11 de março, Benjamin é avisado que Anic seria liberada em um shopping, em Campo Grande, Zona Oeste da capital, enquanto Lourival ficaria responsável por pagar o resgate em uma comunidade do Recreio dos Bandeirantes. A vítima, porém, não apareceu.

Horas mais tarde, Benjamin e a filha receberam mensagens enviadas do celular de Anic. Uma delas dizia: "Conheci uma pessoa que me dá valor. É com ele que pretendo viver o restinho da minha vida”.

No mesmo dia do pagamento do resgate, Lourival comprou uma caminhonete de meio milhão de reais e uma moto, em uma concessionária na Barra Da Tijuca. O pagamento foi feito em dinheiro. Dias depois, ele ainda fez a compra de 950 aparelhos celulares, no valor de quase R$ 1 milhão, segundo ele, para serem vendidos em uma loja que abriu depois do sequestro.

Prisão de Lourival

Lourival foi preso, acusado de ter planejado o crime. O filho Henrique Fadiga e a filha Maria Luiza Fadiga também foram detidos. Os dois estiveram na concessionária para a compra do veículo de luxo, colocado em nome da jovem.

A namorada de Lourival, Rebecca dos Santos, foi presa por participar da negociação dos aparelhos celulares. Os quatro são acusados de extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.

Suspeita de sequestro forjado

Para o Ministério Público, Anic foi assassinada pelos sequestradores. Por isso, agora uma nova investigação foi aberta e a polícia tenta localizar o corpo da advogada. O que intriga as autoridades são os indícios de um caso amoroso entre a refém e Lourival.

A polícia também investiga se ela forjou o próprio sequestro e, depois, acabou morta. A família da vítima nega o relacionamento extraconjugal e diz que ainda tem esperanças de encontrá-la viva. A defesa de Lourival informou que não foi notificada, formalmente, da acusação e disse que a investigação foi baseada em suposições.

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