Polícia Federal apreende celulares e notebook de Mauro Cid

Os investigadores querem saber com quem o militar conversava nos áudios em que critica a PF e o Supremo

Por Túlio Amâncio

Polícia Federal apreende celulares e notebook de Mauro Cid
Mauro Cid
Pedro França/Agência Senado

A Polícia Federal apreendeu celulares e um computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Os investigadores querem saber com quem o militar conversava nos áudios em que critica a PF e o Supremo. Ele foi preso novamente após a revelação desse material.

Os investigadores levaram um notebook, os celulares de Mauro Cid e da mulher dele, Gabriela, e documentos. A apreensão aconteceu enquanto o militar prestava depoimento no Supremo Tribunal Federal sobre áudios vazados, em que ele critica o ministro Alexandre de Moraes e deixa a entender que ele foi coagido pela Polícia Federal.

No documento do Supremo, que teve o sigilo derrubado por Moraes, os investigadores perguntaram a Mauro Cid com quem ele conversava no áudio. Ele respondeu que "está recluso, praticamente em casa, não tem vida social e não trabalha. Não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim. Não conseguiu ainda identificar quem foi essa pessoa. 

Questionado se foi coagido pela Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que "ninguém o teria forçado. Nunca houve induzimento às respostas. Nenhum membro da Polícia Federal o coagiu a falar algo que não teria acontecido."

Ao conversar com outra pessoa sobre o conteúdo da delação, Mauro Cid descumpriu uma medida cautelar. Por isso, Alexandre de Moraes determinou ontem a prisão preventiva.

Mauro Cid passou a noite preso no batalhão da polícia do exército em Brasília - na mesma cela de 20 metros quadrados que o militar ficou por quatro meses no ano passado. Ele deixou a prisão em setembro depois de fechar o acordo de colaboração premiada.

Mesmo se Mauro Cid perder o benefício, que está em análise pela Polícia Federal e pelo Supremo, as informações e provas obtidas com militar não devem perdem a validade, segundo fontes da investigação.

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