Por que ataque do Hamas surpreendeu sistema de defesa de Israel?

Sistemas de defesa e de inteligência das forças israelenses não funcionaram a tempo de evitar conflito

Por Márcio Campos

O ataque surpresa e sem precedentes do grupo Hamas contra Israel colocou em xeque um dos sistemas de defesa e de inteligência mais avançados do mundo. Muitos se perguntam o porquê do plano do grupo islâmico não foi descoberto a tempo e como o escudo antimísseis de Israel não funcionou. 

O conflito foi além do campo de batalha e aumentou a crise política no país. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, enfrenta neste ano uma onda de protestos de uma população descontente com o governo e as reformas no poder judiciário. A ofensiva do Hamas agora expõe as graves falhas de segurança do país. 

O serviço de inteligência, um dos maiores e mais sofisticados da região, não funcionou. “Pode ser que a inteligência informou a possibilidade de ataque e o gabinete do premier Netanyahu tenha ignorado", diz Karina Calandrin, especialista em relações internacionais. 

"Falhou o serviço de inteligência, de comunicação, sistema de defesa, de reação, fiquei surpresa”, explica. O jornal mais antigo de Israel disse que Netanyahu passou mais tempo se defendendo das acusações de corrupção do que cuidando da segurança do país. No poder de fogo, não há comparação, já que Israel conta com caças supersônicos e sistema antimíssil, chamado de Domo de Ferro. 

“Esse Domo de Ferro que é fundamental, é um elemento que não garante toda a defesa, porque a incursão do Hamas foi toda por terra”, pontua Michel Gherman, historiador. 

Já o Hamas tem boa parte do arsenal produzido internamente, mas há a suspeita de que países como o Irã ajudaram a armar o grupo. Os jornais israelenses tratam o ataque como o mais sangrento para os judeus desde o holocausto. A ação do Hamas também é comparada à Guerra do Yom Kippur, quando militares egípcios e sírios pegaram as forças israelenses de surpresa e deixaram quase 20 mil mortos. 

Tensão desde 1947 no território

A tensão entre israelenses e palestinos dura mais de 70 anos e mistura política e religião. Em 1947, a ONU aprovou a divisão da Palestina em dois Estados e Israel foi criado, mas os palestinos não aceitaram. Israel afirma que Jerusalém é a capital, já os palestinos reivindicam o mesmo para a parte oriental da cidade. Junto da Faixa de Gaza e parte da Cisjordânia, a Palestina reivindicam os territórios como palestinos. 

Mais notícias

Carregar mais