Em Brasília, integrantes do governo apostam que as relações com os Estados Unidos vão se manter como estão, baseadas em resultados práticos. Mas a postura de Trump em relação ao tema ambiental preocupa.
O posicionamento de Donald Trump sobre pautas ambientais não surpreendeu o governo brasileiro. A saída do Acordo de Paris, o tratado de redução dos efeitos do aquecimento global, já era esperada, mas causa preocupação.
“Ele está dizendo que não terá mais compromisso com as metas de redução de poluentes. Isso é evidente que preocupa não o governo brasileiro, mas a humanidade, o mundo inteiro”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
O Brasil mantém o discurso de boa parceria com os Estados Unidos. São mais de 200 anos de comércio com base no pragmatismo. Ou seja, o que importa é o resultado prático, mesmo com os líderes em campos políticos opostos, como no primeiro governo Lula, na relação com Jorge W. Bush.
"A relação entre os governos vai ser normal, o problema é a relação dos presidentes e as medidas que o Trump vai tomar lá. Com o Bush foi norma, eles se entenderam bem desde o começo, agora com o Trump os presidentes não se falam, não tem ligação nenhuma complica. Mas, na relação dos Estados Unidos, acho que não vai sofrer nenhum prejuízo por causa disso", disse o ex-embaixador em Washington Rubens Barbosa.
Membros do governo avaliam que não há motivo para Trump, por iniciativa própria, iniciar uma desavença com o Brasil. O problema, segundo fontes da diplomacia, está em pessoas influentes no governo norte-americano, como o bilionário Elon Musk, e lembram da disputa recente com o Supremo Tribunal Federal.
O Planalto e o Itamaraty aguardam ansiosos a indicação da pessoa que vai chefiar a embaixada dos Estados Unidos no Brasil. A ex-embaixadora Elizabeth Bagley deixou o posto antes da posse de Trump.