No dia em que o Banco Central deu razão à reclamação do brasileiro sobre a alta nos preços nos supermercados, o governo fez uma avaliação otimista. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que espera mudança no cenário diante de dois fatores: baixa do dólar e a supersafra de alimentos.
“Eu estou muito confiante de que a safra deste ano, por todos os relatos que eu tenho tido do pessoal do agro, vai ser uma safra muito forte. Isso também vai ajudar”, avaliou o ministro.
A expectativa é que a safra alivie a pressão sobre arroz, feijão, café, verduras e carnes. A aposta da equipe econômica é que os preços comecem a cair neste mês, com queda acelerada em março e abril.
Haddad vai se reunir com Hugo Motta, o novo presidente da Câmara dos Deputados, nos próximos dias, para tratar de outro assunto que preocupa os produtores. Trata-se do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumenta a tributação sobre fundos de investimento, incluindo os imobiliários e agropecuários.
O Congresso estabeleceu, na regulamentação da reforma tributária, a isenção desses fundos da cobrança do novo imposto sobre o consumo, mas Lula vetou, com o argumento de que seria um benefício fiscal. A bancada do agronegócio cobra mudanças e diz que haverá redução nos investimentos do setor, se isso não acontecer.