Se você acha que o cafezinho de todo dia está caro, prepare o bolso porque deve vir mais reajuste por aí.

Expresso ou coado, o café na padaria é uma das estrelas. Se a xicara de uma das bebidas mais consumidas pelo brasileiro ficar mais cara, o gerente garante que o preço não será repassado para o consumidor. Por enquanto.

“A gente aguarda um pouco, porque é cardápio. Na rodagem de cardápio, toda vez que um produto tem reajuste, a gente não passa imediatamente para os nossos clientes”, justifica Emerson Santos, gerente de uma padaria em São Paulo.

O anúncio ainda não foi feito, mas a indústria do café acredita que o preço do torrado e moído precisa ser reajustado em pelo menos 35%. Esse aumento seria para compensar a alta de quase 100% no valor do produto que sai do campo.

A alta do dólar, aumento no preço dos insumos, volume da safra, falta de chuva e geada intensa podem fazer o Brasil registrar o maior aumento no preço do café dos últimos 25 anos.

“A gente vai ter mais demanda no Brasil, só que a gente não vai ter tanta oferta. Isso que vai continuar causando a subida de preços”, explica o especialista em café Thomas Raad, justificando que já há falta de comercialização do produto no interior de São Paulo, Minas e litoral paulista.

De dezembro de 2020 até julho de 2021, o aumento do preço do café foi, em média, de 15,9% - muito abaixo dos 57% de aumento na média dos produtos considerados básicos, como leite, arroz, óleo de soja e feijão.