Professores de cursinho pré-vestibular teriam corrigido redação da UFRGS; prática é proibida

Procurador Enrico Rodrigues de Freitas ingressou na Justiça Federal com pedido de liminar para que o vestibular fosse suspenso

O vestibular 2025 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul está em discussão na Justiça. É que professores de cursinho teriam corrigido as redações. O que é proibido.

Imagens mostram uma professora, que aparece dando aulas de redação em um cursinho pré-vestibular, e está entre os profissionais que corrigiram a prova de redação do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no final do ano passado. 

Segundo uma apuração feita pelo Ministério Público Federal, Franciela Graciolo também tem uma empresa nesta área, atividade apontada pelo edital de seleção de avaliadores como “incompatível”. 

Em entrevista ao Jornal da Band, a professora de direito constitucional, Carolina Cyrillo, afirmou que apresentou uma ação popular apontando ilegalidades. Segundo ela, ao menos três professores que atuam em cursos preparatórios corrigiram as provas da UFRGS. Apontou ainda que outros 11 não estavam na lista oficial de corretores. 

“Esses professores estavam fazendo publicações nas redes sociais dizendo ‘aprovado no vestibular’, ‘medicina UFRGS’, ‘meu aluno’. Cheguei à conclusão que o impedimento não estava por acaso no edital, ele visava uma credibilidade administrativa do processo do vestibular”, disse. 

No final de janeiro, o procurador Enrico Rodrigues de Freitas ingressou na Justiça Federal com pedido de liminar para que o vestibular fosse suspenso para uma nova correção das provas de redação. A Justiça ainda não decidiu sobre a liminar. 

A procuradora Andreia Rigoni Agostini pediu que a Polícia Federal investigue se os professores impedidos de desempenhar a função atuaram na correção dos vestibulares dos últimos 4 anos. 

Além disso, a PF informou que o caso foi encaminhado à delegacia de combate à corrpução. 

A UFRGS diz que apresentou esclarecimentos ao Ministério Público Federal e que os avaliadores assinaram declaração de que não tinham impedimento. 

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