Projeto em SP ajuda aves brasileiras ameaçadas de extinção

Zooparque em Itatiba (SP) tem 1.200 espécies e cerca de 15 tipos de aves criadas para projetos de soltura

Bárbara Guimarães, do Jornal da Band

No interior de São Paulo, um projeto ajuda espécies de aves tipicamente brasileiras a sair da lista de extinção.

Brincalhonas! E da cor do Brasil: as amarelas são as ararajubas, uma espécie filha da floresta amazônica brasileira que está cada vez mais rara na natureza. Da mesma família, as azuis são mais quietinhas e muito carismáticas. A espécie está ameaçada.

A cara séria e a postura que lembram a de um falcão são características da harpia. A maior ave de rapina do Brasil também vem da maior floresta tropical do mundo e enfrenta um problema de conservação ainda mais grave.

Mas o cenário pode mudar através de um projeto de reprodução em Itatiba, no interior paulista, que está completando 10 anos. Em um zooparque, com mais de 500 m² de extensão e 1.200 espécies, cerca de 15 tipos de aves, que correm o risco de sumirem da natureza, são monitoradas. Elas chegam ao local, muitas vezes, depois de terem sido vítimas de tráfico, maus tratos ou até mesmo para própria reprodução. O ICMBio, do Ibama, é um dos parceiros.

O diferencial do trabalho em Itatiba, um dos maiores do mundo com relação a preservação, é justamente o ambiente em que as aves ficam. Em fase de reprodução, as espécies são colocadas em pares e, aos poucos, vão se conhecendo, se reproduzindo e dando continuidade a espécie.

“É importante que esses animais se reproduzam, mesmo que sob cuidados humanos, para aumentar a população”, explica a bióloga responsável pelo projeto Camila Piovani.

Mas alguns processos não são tão naturais assim. É o caso dos patos-mergulhões. Uma espécie rara e em extinção que também vem sendo monitorada no parque. No caso deles, os ovos são recolhidos na natureza, tanto na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, quanto no Jalapão, no Tocantins e até na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Depois são trazidos para cá e ficam sob cuidados humanos

Quatro filhotes são parte do processo. Chegaram ainda no ovo e já nasceram sob cuidados humanos. Agora, um casal de pais adotivos foi escolhido para ser a família dos pequenos.

“A gente tenta mimetizar o que é encontrado na natureza, o quanto ele gosta de água corrente, água em corredeira, e é por isso que a água é bem limpa e 24 horas por dia em movimento. A gente pensa em manter o mesmo esquema que ele mantém na natureza, a gente tenta imitar aqui sob cuidados humanos”, diz Alexandre Resende, veterinário consultou e especialista no pato-mergulhão.

A meta do centro é criar 200 patos como este, que vão receber cuidados intensivos nos próximos anos para serem liberados à natureza.

Assim como as lindas araras e harpias. À medida que as espécies forem se reproduzindo, projetos de soltura vão sendo realizados na instituição.  Isso pode levar anos até que haja segurança e um número seguro de cada espécie.

Agora é torcer para que um dia todas possam voltar para a verdadeira casa: a natureza.

Mais notícias

Carregar mais