Reconstrução em Gaza deve começar junto com os palestinos, diz Egito após declarações de Trump

Especialistas afirmam que a ideia de Trump desrespeita a lei internacional e a convenção de Genebra

Eduardo Barão

A rejeição ao plano do presidente americano Donald Trump ao sugerir que palestinos devem ser ‘acolhidos’ pelo Egito ou Jordânia vai do presidente Lula até aliados históricos do governo dos Estados Unidos. Os países-alvo de Trump para receber os refugiados também rejeitaram a ideia. 

O Egito foi categórico: disse que a ajuda e a recuperação deve começar com os palestinos dentro de Gaza. 

O rei da Jordânia, aliado americano há décadas com visita marcada na Casa Branca na semana que vem, disse que a paz duradoura na região só vai acontecer com a criação de dois estados. Hoje ele recebeu o presidente da Autoridade Palestina. Mahmoud Abbas afirmou que a tomada de Gaza viola o direito internacional.

A Arábia Saudita anunciou, oficialmente, a rejeição a qualquer tentativa de realocar os palestinos e avisou que não estabeleceria laços diplomáticos com Israel na ausência de um estado palestino.

Para mandar soldados à Gaza há necessidade de aprovação do Congresso americano. A última vez que algo semelhante foi feito pelo Estados Unidos foi a ocupação do Afeganistão por 20 anos que terminou com a volta do Taleban ao poder.

Muitos especialistas afirmam que a ideia de Trump desrespeita a lei internacional e a convenção de Genebra, um conjunto de tratados internacionais que estabelecem normas para proteger pessoas em conflitos armados. 

A ONU também condenou as declarações e relembrou que é proibida qualquer transferência forçada ou deportações de pessoas, que coloquem em risco a defesa étnica. Rússia e China foram críticas. Moscou disse que não há outra solução que não seja a coexistência de dois países independentes.

O presidente Lula também se manifestou. E chamou o plano de Trump de uma “bravata”.

"Estamos vivendo um momento que quanto mais coisas irreais você falar, mais você tem destaque na mídia internacional. Não tem sentido o presidente dos Estados Unidos se reunir com o presidente do Israel e falar que vai ocupar Gaza. Os palestinos vão para onde? (...) O que aconteceu em Gaza foi um genocídio e eu sinceramente não sei se os EUA, que fazem parte de tudo isso, seria o país para tentar cuidar de Gaza”, disse. 

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