O relator da reforma tributária ouviu prefeitos e governadores e deve fazer mudanças para viabilizar a aprovação do projeto ainda nesta semana.
As pressões de setores como o de serviços, de governadores e prefeitos começam a gerar reações. O relator da reforma tributária sinaliza com mudanças no texto para viabilizar a aprovação.
A reforma é uma proposta de emenda constitucional. Então, para passar na Câmara, são necessários 308 votos dos 513 deputados, em dois turnos// uma dura tarefa para um governo que não tem base definida.
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem 99 deputados, divulgou nota se posicionando em bloco contra a reforma tributária. Com o discurso de que o debate é do país e não de governo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, articula para minimizar essa perda. Ele contava com o apoio de, no mínimo, metade dos parlamentares do PL.
Outro partido que ameaça votar contra é o Republicanos, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele está em Brasília, com outros sete governadores para discutir pontos do texto. Entre eles o valor do fundo de compensação que, nas contas do relator será de R$ 40 bilhões.
Os estados querem R$ 70 bilhões e ainda pedem mudança no período de transição. Governadores e prefeitos temem também perder autonomia na gestão dos recursos depois da criação do imposto que vai substituir o ISS e o ICMS.
Já um grupo de 67 economistas e empresários divulgou um manifesto defendendo a reforma. Entre eles Jorge Gerdau, Henrique Meirelles e Armínio Fraga.
Em entrevista ao Bandnews TV, o ex-presidente do Banco Central disse que a reforma vai elevar a produtividade das empresas e terá impacto também na distribuição de recursos aos municípios.
“A curto prazo alguns perdem, mas é muito claro que a médio e longo prazo todo mundo ganha, todo mundo, essa é daquelas que não pode haver dúvida, então acho que está na hora do congresso dar esse presente ao Brasil”, disse.
Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda e Simone Tebet, do Planejamento assumiram o papel de articuladores do governo nas pautas econômicas.
Mas Lira já tem reclamado a aliados que sente falta do empenho do presidente Lula. Por enquanto, está mantida a previsão de votar a proposta até sexta-feira (7).