Antes de anunciar seis trocas na Esplanada dos Ministérios, nesta segunda-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, em uma reunião rápida. E inesperada.
Na conversa, que durou cerca de cinco minutos, Bolsonaro pediu o cargo ao ministro da defesa sem dar explicações.
Em nota, o agora ex-ministro agradeceu ao presidente, a quem disse ter dedicado total lealdade ao longo de mais de dois anos e afirmou que, nesse período, preservou as Forças Armadas como instituições de Estado.
Para o cargo, foi anunciado o general Walter Souza Braga Netto, que ocupava a Casa Civil.
Nos bastidores, a informação é a de que a recusa do agora ex-ministro em trocar o comando do Exército teria irritado Bolsonaro. O presidente cobrava demonstrações públicas de apoio das Forças Armadas ao governo, pedido que nunca foi atendido por Edson Pujol.
Considerado um dos ministros da ala militar mais fiéis a Bolsonaro, o general Azevedo e Silva foi escolhido para comandar o Ministério da Defesa ainda na transição de governo, em 2018. Na gestão dele, foram aprovados projetos como a reformulação da carreira dos militares e regras diferenciadas de aposentadoria na reforma da previdência.
Houve também declarações polêmicas de Bolsonaro envolvendo as Forças Armadas. No ano passado, ele chegou a participar de ato antidemocrático em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. O presidente já falou algumas vezes sobre a possibilidade de adotar medidas extremas no País, sem citar a ditadura. No início do mês, Bolsonaro afirmou que não colocaria o “exército dele” nas ruas para obrigar a população a ficar em casa.
Depois da demissão, no Planalto, o general Fernando Azevedo se encontrou com os três chefes das Forças Armadas no Comando da Marinha. E até agora há pouco, o Comandante do Exército General Edson Pujol estava em reunião virtual com o alto Comando da Força. Uma fonte militar confirmou que é praxe, nas mudanças de ministro, os comandantes colocarem o cargo à disposição.