Jornal da Band

Rosa, “acarajé da Barbie” divide opiniões na Bahia

Será que a Barbie foi longe demais? Baiana inova ao fazer acarajé cor-de-rosa para homenagear a boneca mais famosa do mundo perto da estreia de filme

Da redação

Agora a Barbie foi longe demais... A onda rosa promovida pela boneca mais famosa do mundo chegou ao acarajé, prato baiano que é patrimônio nacional. A iniciativa de Adriana Ferreira, que vende a comida típica há 16 anos em Salvador, divide opiniões.

O fato de ser comida dos orixás, “não deve ser mudada”, argumentou uma professora ouvida pela reportagem do Jornal da Band. Outra pessoa entrevistada não viu problema, até porque não mudou o sabor.

“Não mudou o sabor em nada. Só mudou a cor, simplesmente isso. Não tem nada demais no acarajé”, ponderou o agente de portaria João Batista.

Para fazer o acarajé rosa, Adriana usa anilina em pó, um corante culinário que não altera o sabor nem a textura das receitas. Como o tão aguardado filme “Barbie” está prestes a estrear, ela adotou essa estratégia de marketing para impulsionar as vendas.

“Foi apenas uma homenagem à Barbie. As pessoas, hoje, deveriam ter a mente um pouco mais aberta, aberta para as novidades, aberta para esse mundo de internet. Eu fiquei um pouco sentida, mas está rolando”, explicou a baiana.

Depois de gerar polêmica, Adriana passou a chamar a receita de “bolinho de feijão rosa” em vez de acarajé. Mesmo assim, a Associação Nacional das Baianas de Acarajé considerou a iniciativa um desrespeito à tradição, ligada à cultura afro-brasileira.

Uma baiana de acarajé, fã de carteirinha da Barbie, não aprovou a invenção da colega ao argumentar que o prato é patrimonial e religioso.

“Tenho uma coleção de 180 bonecas, mas não faria isso com meu acarajé, porque é uma comida patrimonial, de origem africana, alimento de orixá. Então, não faria isso com meu acarajé”, disse a baiana Dulce Mary De Jesus.

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