Russos e ucranianos voltam a se reunir; Zelensky pode propor neutralidade

Presidente da Ucrânia diz que pode abrir mão de entrar na Otan para colocar fim à guerra

Por Eduardo Barão

Novas negociações entre russos e ucranianos estão marcadas para esta terça-feira (29) na Turquia. O presidente Volodimir Zelensky diz estar disposto a propor a neutralidade, sem armas nucleares, e abrir mão de entrar para a Otan, a aliança militar do Ocidente, para colocar fim à guerra. Mas tem uma nova preocupação.

Segundo o The Wall Street Journal, dois negociadores ucranianos e o oligarca russo Roman Abramovich, dono do Chelsea, apresentaram sintomas de envenenamento após uma reunião em Kiev no dia 3 de março.

Eles chegaram a ter vermelhidão, descamação na pele, dor nos olhos e perder a visão por algumas horas. Todos estão bem e sem sequelas.

Fontes da inteligência americana descartaram a hipótese de envenenamento e disseram que os sintomas foram provocados por algum fator ambiental externo - sem especificar qual.

Em Moscou, o último jornal independente do país anunciou o fim das operações. Dmitry Muratov, vencedor do premio Nobel da paz, disse que interrompeu edição do Novaya Gazeta após receber uma segunda intimação do governo da Rússia.

Em Washington, o presidente Joe Biden disse que não se arrepende de ter dito que Vladimir Putin não poderia continuar no poder.

Biden explicou que não estava articulando uma mudança política na Rússia, mas sim expressando uma indignação moral e pessoal.

O Kremlin rebateu as declarações dizendo que Putin foi eleito pelos russos e que os insultos de Biden não melhoram a relação entre os países.

Na Ucrânia, a semana começou com exército do país retomando o controle de Irpin. 

A cidade na periferia de Kiev é palco de intensas batalhas desde o início da guerra, há um mês.

Mesmo com a capital voltando a ser alvo de ataques, o prefeito de Kiev anunciou o retorno das aulas online para as crianças.

Do outro lado do país, forças russas mantém o cerco a Mariupol. O prefeito acusa Moscou de genocídio e apela para que novos corredores humanitários sejam abertos para a retirada dos cerca de 160 mil civis que ainda estão na cidade portuária.

No metrô de Kharkiv  - a segunda maior cidade da Ucrânia - músicos entretem os moradores enquanto se protegem dos ataques nos túneis que são abrigos anti-bomba.

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