O jornalista Rodolfo Schneider criticou nesta terça-feira a aprovação na Comissão Especial da Câmara de um projeto de lei que amplia a isenção tributária para igrejas, medida que representa uma perda de R$ 1 bilhão ao Estado em arrecadação. Durante o Jornal da Band, o apresentador questionou os grande conglomerados religiosos e os benefícios já existentes.
"Já existia isenção para imposto sobre patrimônio, renda, IPTU e outros. Agora se estende, por exemplo, não vai se pagar tributo de luz, material de construção para, por exemplo, ampliar igrejas. Qual o próximo passo? Daqui a pouco o Estado brasileiro vai ter que transferir recursos para as igrejas", afirma Schneider, defendendo a cobrança de impostos para todos os setores da sociedade.
"Eu sou católico, mas na minha opinião tem que pagar imposto a Igreja Católica e todas. Todos como nós, reles mortais, pagamos também. Como disse o deputado Glauber Braga (Psol), não são só pequenas igrejas, são conglomerados, passaram a atuar em vários setores do capitalismo, inclusive em instituições financeiras. Viraram pequenas empresas, grandes negócios. Até onde vai isso?", perguntou o apresentador.
Schneider também questionou a promessa que, sem a cobrança de impostos, as igrejas podem atender melhor a sociedade. "'Ah, mas a gente quer isso pra fazer mais o bem, cuidar mais das pessoas'. Ora, a lei vai ter essa contrapartida estipulada, de que se a igreja fizer mais e comprovar isso, ela ganha em troca? Não tem. Então eu também quero isenção, prometo fazer o bem para as pessoas e fica por isso mesmo. Às vezes é complicado ter um discurso dentro da igreja, que está na Bíblia, de que todos somos iguais perante a Deus. Mas perante ao Estado brasileiro não somos iguais? Aí fica difícil, é meio nonsense. É um pouco estapafúrdio, pra dizer o mínimo", concluiu.