Jornal da Band

Série Especial: Heróis da Conjuração Baiana foram punidos com a morte

O especial da Band dos 200 anos da Independência do Brasil mostra como os condenados pela Conjuração Baiana foram executados na Praça da Piedade de Salvador

Sérgio Gabriel

O especial da Band dos 200 anos da Independência do Brasil mostra como os condenados pela Conjuração Baiana foram executados na Praça da Piedade de Salvador. Era para ser o ponto final de um processo que já tinha 14 meses.

No total, 33 participantes da Conjuração Baiana foram processados. Entre eles, 11 escravizados, 9 militares e 5 alfaiates.

Um grupo bem menor do que os próprios líderes da Conjuração anunciou em um dos panfletos afixados nos muros de Salvador ao espalhar a rebelião. 

Este panfleto que está hoje no arquivo do Estado da Bahia e garantia que a revolta tinha pelo menos 600 adeptos. Sem identificá-los, listava a ocupação de cada um do grupo. A imensa maioria militares, mas também comerciantes, pessoas comuns, e 84 clérigos, incluindo frades. 

A lista não incluía escravizados e não falava em abolição da escravatura. 

A futura republica baiense, além da promessa de aumento de soldo para os soldados, justiça nas promoções militares, trazia também propostas que interessavam os grandes negociantes e proprietários rurais da Bahia. Falava-se em diminuição de impostos e facilidades para o comercio de produtos como o pau brasil, tabaco e açúcar. 

O solar do unhão, uma das maiores mansões de salvador é outro sinal de envolvimento de membros da elite na conjuração. O imóvel pertenceu a um dos homens mais ricos da Bahia. 

Dois dos quatro líderes da revolta, que seriam condenados à morte, Manoel Faustino e Lucas Dantas, fugiram assim que começaram as prisões. 

De frente para Baía de Todos-os-Santos existia um porto de onde eles seguiram para engenhos no recôncavo baiano. Lá foram presos. As autoridades portuguesas, com base nos boletins e nas delações, não tiveram dificuldades em identificar os conspiradores, mas nem todos foram presos ou processados. 

Os mais poderosos adotaram uma outra estratégia, diferente da fuga, para escapar das punições. Negaram qualquer envolvimento. Além disso convocaram seus próprios escravos para que testemunhassem pela inocência deles. 

Os condenados seguiram juntos para a praça da piedade. Alguns foram sentenciados ao degredo na África ou receberam chibatadas. 

Os soldados Lucas Dantas de Amorim Torres e Luís Gonzaga das Virgens e os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus nascimento receberam a punição mais pesada. Foram condenados a forca e tiveram partes de seus corpos espalhadas pelas ruas de Salvador. Os quatro eram negros e pobres. 

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