Situação do povo Yanomami continua grave um ano após crise estourar em Roraima

Um ano depois, o cenário no território indígena Yanomami voltou a ser praticamente o mesmo, ainda muito grave

Da redação

As ministras dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foram a Roraima para avaliarem a crise humanitária que atinge os povos do território Yanomami há mais de um ano.

O governo anunciou um plano para estabelecer bases permanentes com policiais federais, homens das Forças Armadas e pessoal de saúde. O objetivo é focar na retirada do garimpo ilegal e na assistência aos indígenas. Desde o início de 2023, foram realizadas apenas ações emergenciais.

Um ano depois, o cenário no território indígena voltou a ser praticamente o mesmo, ainda muito grave. Em 2023, foram registradas 308 mortes de ianomâmis. Além disso, segundo o Ministério Público Federal (MPF), as ações adotadas pelo governo não foram suficientes para conter a ocupação da área pelo garimpo.

Os principais problemas apontados pelo MPF são a perda de eficiência dos órgãos de fiscalização e a dificuldade na distribuição de alimentos e remédios na região. Tudo precisa ser feito de helicóptero ou avião.

“Muita coisa dependia do transporte logístico das Forças Armadas. As Forças Armadas tiveram o seu decreto para atuação na questão, mas a questão, realmente, ficou sem conseguir ser levada à frente da forma devida”, pontuou o procurador Leandro Mitidieri.

No ano passado, logo que veio à tona o problema, o governo expôs a situação e chamou atenção do mundo para drama dos indígenas. Artistas pediram engajamento da sociedade e criticaram o governo passado.

Até março, os alimentos continuarão a ser distribuídos pelas Forças Armadas. A partir de abril, essa operação será viabilizada por um novo contrato.

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