Sul do Brasil contabiliza prejuízos em meio à lama e busca desaparecidos

Nas cidades mais afetadas pelo ciclone, o dia foi de contabilizar os prejuízos em meio aos destroços e muita lama

Sul do Brasil contabiliza prejuízos em meio à lama e busca desaparecidos
Venâncio Aires (RS) foi castigada pela passagem de ciclone
Diego Vara/Reuters

As equipes de resgate seguem trabalhando sem parar em busca de desaparecidos nas áreas atingidas pela tragédia que atingiu Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nas cidades mais afetadas pelo ciclone, o dia foi de contabilizar os prejuízos em meio aos destroços e muita lama. Com a água mais baixa, deu pra ver a destruição total. Muita gente perdeu tudo.

Já são mais de 60 cidades atingidas pela enchente e 37 mortes confirmadas. Em pelo menos sete, houve mortes. A todo momento helicópteros de equipes de resgate chegam com sobreviventes e ainda há buscas por moradores ilhados e desaparecidos. "A água vinha subindo, vinha subindo. Do pé, já estava no joelho, depois na cintura. E não conseguimos tirar nada", disse a empresária Clarines Kunzler.

Em alguns locais, como em Roca Sales, no Vale do Taquari (RS), não tem sinal de internet, nem telefone… Os moradores estão ilhados junto aos destroços. A força da correnteza levou casas inteiras. "Eu subi (no telhado) e fiquei 18 horas lá, não tinha resgate, não tinha nada. Fiquei das 10 horas da noite até ontem às 3. Sem nada. Só de roupa branca, enrolado em uma mantinha em cima do teto, sem nada. Perdi tudo", diz um sobrevivente.

O município de Muçum (RS) foi um dos mais afetados. Além das mortes já registradas na cidade, quem conseguiu sobreviver tem enfrentado, também, a falta de energia elétrica e de água. Serviços básicos ainda estão sem previsão de retorno à normalidade. "Não tem nada pra recuperar, está tudo perdido. Estava tudo dentro da água, principalmente os móveis não têm mais recuperação. Talvez algum eletrodoméstico, uma ou outra coisa a gente consegue recuperar", disse o construtor Ivo Rush.  

"Sei lá, nunca senti algo assim antes. Dá vontade de ir embora, eu não sou daqui. A vontade que vem é de ir embora, abandonar tudo, porque desanima. O cara sai de lá pra vir trabalhar, construir a vida e passa por esses momentos", afirmou o operador de máquina João Lucas Meireles.

Pela manhã uma comitiva do governo federal sobrevoou as áreas mais afetadas. Mais tarde, os ministros Paulo Pimenta, da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, se reuniram com prefeitos da região.

Durante a visita a Lajeado (RS), o governador Eduardo Leite confirmou estado de calamidade publica e também cancelou os eventos do feriado de 7 de Setembro no Estado. Já os ministros pediram que as prefeituras montem planos de trabalho e encaminhem para o governo federal. "Não faltará recurso. O que nós precisamos é estar muito unidos e tem acontecido. O papel de cada um sendo cumprido e a sociedade sendo assistida", disse Waldez Góes.

Em vários pontos do Rio Grande do Sul estão sendo recolhidas doações de roupas, itens de higiene e alimentos. Mais de cinco mil pessoas tiveram que deixar as casas no Estado por causa das cheias.

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