Um documento vazado revela que a suprema corte dos Estados Unidos deve derrubar o direito ao aborto no país.
Assim que o documento vazou, manifestantes foram até a porta do tribunal na capital Washington protestar contra a possível mudança.
O Juiz Samuel Alito escreveu a minuta de um parecer que deve alterar a lei do aborto que está em vigor há 49 anos no país. O documento tem apoio da maioria da corte e determina que os políticos eleitos é que serão os responsáveis por definir os limites do aborto em cada estado.
Em 1973, a mesma suprema corte considerou legal a prática, na decisão que ficou conhecida como Roe vs Wade, que deu a mulher o direito de decidir realizar o procedimento no início da gravidez.
Ao longo dos anos, grupos anti-aborto têm tentado forçar uma mudança na lei. Quinze estados de maioria republicana já aprovaram medidas que restringem o acesso ao procedimento. No Arizona, por exemplo, mulheres não podem abortar após 15 semanas de gravidez, mesmo que tenham sido vítimas de estupro.
Mas só agora quando a corte americana tem ampla maioria formada por juízes conservadores é que a polemica lei de aborto deve ser, de fato, alterada.
O presidente Joe Biden, se manifestou contra a mudança e disse que a estabilidade da lei no país não permite anular o direito ao aborto.
Já os republicanos criticaram o vazamento do documento. Eles alegam que se trata uma forma de pressionar a corte a mudar de opinião.
A decisão do tribunal deverá ser anunciada no mês que vem e até lá a polêmica continuará gerando debates no país. Pesquisas de opinião mostram que quase dois terços dos americanos são a favoráveis ao direito de as mulheres decidirem sobre a realização do aborto.
Se a suprema corte mudar a lei, 22 dos 50 estados americanos devem proibir ou restringir a prática imediatamente.