Explosões gigantes tomaram o céu no subúrbio de Beirute, nesta sexta-feira (27). Este foi o maior bombardeio na capital libanesa desde o começo dessa nova ofensiva. O exército israelense diz que o alvo foi um quartel-general do Hezbollah que ficaria no subsolo de um prédio. Pelo menos seis construções vieram abaixo.
A imprensa israelense afirma que um dos alvos era Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. Ainda não há confirmação se ele estava no local no momento dos ataques. Fontes do grupo armado garantem que ele está bem.
Em 1982 foi Nasrallah quem organizou um grupo para lutar contra as ocupações israelenses no Líbano. O grupo que evoluiu para o que hoje se conhece como Hezbollah. Desde 1992, é ele quem comanda o movimento.
Em meio a esses bombardeios, no norte de Israel, há sinais de que o conflito está mais próximo do que nunca de uma incursão terrestre. Tropas, tanques e blindados já tomam a região. O poderio militar apenas aguarda ordens atacar o sul libanês.
Centenas de mortes no Líbano
Desde a última segunda-feira (23), quase 800 pessoas perderam a vida no Líbano e mais de 3 mil ficaram feridas. Israel afirma que os alvos são apenas estruturas militares do Hezbollah, mas o que se vê nas ruas do país são destruições também de áreas civis e muito sofrimento.
Nove integrantes de uma mesma família, inclusive quatro crianças, morreram na cidade fronteiriça de Shebaa, hoje. Um menino de 13 anos, numa cama de hospital, tem marcas da guerra no rosto e em todo o corpo. O adolescente faz parte dos muitos civis bombardeados no Líbano nos últimos dias.
Em resposta, o Hezbollah lançou 80 mísseis contra Israel. As sirenes soaram no país, mas há relatos de mortes.
Diversos países, entre eles o Brasil, arquitetam planos para retirar os cidadãos do Líbano. Enquanto isso, a vizinha Síria já recebeu mais de 30 mil refugiados nas últimas 72 horas, segundo as Nações Unidas.
Netanyahu na ONU
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursou, hoje, na Assembleia Geral da ONU, ocasião em que recebeu vaias e aplausos. Num discurso forte, ele afirmou que a guerra continua até que o Hamas e o Hezbollah não representem mais ameaças ao povo israelense.
Com mapas nas mãos, lembrou do acordo quase assinado com a Arábia Saudita, que não saiu do papel porque menos de um mês depois aconteceram os ataques do Hamas, em 7 de outubro de 2023.
Netanyahu também disse que seria a bênção do Oriente Médio, ao contrário do “maior inimigo”, o Irã, responsável por levar maldição à região.
Diversas delegações deixaram o plenário em forma de protesto. O Brasil tinha se retirado antes, já que Israel também se ausentou no discurso em que Lula chamou de genocídio os ataques em na Faixa de Gaza, onde Israel está em outra frente de batalha contra o Hamas.