As bolsas de Nova York desabaram depois de mais um dia de instabilidade e insegurança provocadas pela guerra de tarifas aberta pelo presidente Donald Trump. Logo depois de suspender por 90 dias tarifas de importação para dezenas de países, a Casa Branca voltou à carga contra um alvo: a China.
Trump refez as contas e disse que as taxas para produtos chineses importados são maiores do que os 125% divulgados. Somando todos os percentuais de impostos aplicados desde o início do governo, chegam a 145%.
A China é um dos maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos, de roupas a eletrônicos, e até nos fogos de artifícios, grande atração nas festas americanas. Manter essa tarifa vai pressionar o mercado americano, com o aumento expressivo dos preços.
A Amazon, o principal e-commerce mundial, já avisou: vai repassar o aumento de custos aos consumidores. A inflação de março aqui nos Estados Unidos veio abaixo do esperado, mas os economistas são unânimes: em abril a tendência é de alta forte.
Janet Yellen foi a primeira mulher a ser presidente do Federal Reserve, o banco central americano. Ela fez um estudo que aponta que cada família vai pagar entre US$3,4 mil a quase US$ 4,5 dólares a mais por ano. Tudo por causa do tarifaço.
O aviso de alta nos preços também se estende para os turistas brasileiros, que vem para Estados Unidos em busca de ofertas - principalmente de roupas e calçados. Cerca de 97% desses produtos, que são vendidos na América, vem da Ásia. Só um exemplo: um par de tênis infantil, que hoje custa 26 dólares deve chegar a 41 dólares nas próximas semanas.
Trump tem dito nas últimas entrevistas que está aberto a negociar com a China e até elogiado o líder chinês Xi Jinping. Enquanto o acordo com os chineses está longe, o governo americano diz que avança nas negociações com outros países. A Casa Branca avalia a oferta de 15 parceiros comerciais para adotar uma redução nos impostos de importação.