A chuva voltou em várias regiões no Rio Grande do Sul. Lajeado amanheceu sem chuva. Mas a correnteza do rio avisa: o perigo ainda não passou. Apreensivos, moradores estão em vigília. De olho no leito do Taquari que voltou a subir nas últimas horas.
“A gente recebeu informações de que está chovendo nas cabeceiras e isso causa todo o transtorno aqui para a gente”, declarou a auxiliar administrativa Vanilce da Silva Vargas.
Essa imagem é da quarta-feira. Repare que a mureta e as ferragens estavam fora da água. Nós voltamos ao mesmo lugar e olha a diferença.
“Tenho muito medo que suba de novo e termina com o que sobrou. Que é muito pouco. Pouquíssimo. Pouquíssimo”, disse a dona de casa Neusa Salete Camargo.
A orla do rio era um endereço nobre, agora está tudo arruinado. São prédios fantasmas. Em meio aos escombros, uma reunião de condomínio. Moradores perdidos, sem saber que providências tomar. Alguns faxinam, mas falta o básico para recomeçar.
“Não tem o que fazer. Está inabitável. Tem que começar do zero. Não tem água, não tem luz. Não tem nada. Só tem lodo, barro e tristeza”, afirmou a empresária Vera Lúcia Almeida.
Dentro dos apartamentos a destruição é total. O armário da cozinha foi arrancado. A pia foi parar na porta de entrada. Na sala, olha a altura da camada de lama: 30 centímetros. A gente não chega no fundo. É difícil caminhar. Não sobrou nada nos quartos. A lama cobriu portas, paredes, escadas do prédio e destruiu a parte elétrica.
A tarde voltou a chover em várias cidades do Vale do Taquari. E com tanto lixo acumulado nos córregos, mesmo que não seja um temporal, o estrago pode ser grande. Os moradores se sentem em um pesadelo que parece sem fim.