Os tubarões estão aparecendo com maior frequência nas praias brasileiras. O verão é a estação do ano em que os animais se aproximam da costa em busca de alimento.
Em todo o litoral do país, já foram identificadas cerca de 100 espécies de tubarões. A presença dos animais nas praias pode causar pânico entre os banhistas, mas biólogos garantem que os tubarões não são “monstros do mar”.
“Por ano, acontecem somente 100 ataques de tubarões no mundo todo. 90% desses ataques são por erro de identificação visual, uma circunstância especial em que o animal está caçando e confunde o braço do ser humano, por exemplo, com sua presa habitual”, diz o biólogo Marcelo Szpilman.
“Quando você mergulha no mar, você também está se expondo ao risco, mas é um risco bem menor do que uma série de outros riscos que existem por aí”, completa o especialista.
No nordeste brasileiro, onde ocorre a maior parte dos casos, o tubarão-cabeça-chata é o principal responsável pelos ataques aos surfistas e banhistas. Pernambuco é o segundo estado com o maior número de acidentes no mundo, perdendo apenas para a Flórida, nos Estados Unidos.
Na sexta-feira (28), uma criança de oito anos foi mordida na perna direita enquanto nadava na praia do Sueste, na ilha de Fernando de Noronha. A menina segue internada em um hospital de Recife.
“O tubarão é um animal selvagem. Ele pode estar estressado pela quantidade de pessoas e pode, eventualmente, dar uma mordida porque ele acha que você é uma ameaça”, explica o biólogo.
Na praia de Olinda, um homem pescou um tubarão galha-preta e exibiu para os banhistas. O animal foi jogado com força na calçada, o que revoltou muita gente.
“Tubarões são importantes para o ecossistema marinho. Várias espécies estão declinando fortemente, quase 50% das nossas espécies estão com algum grau de risco distinção. É importante preservar e proteger, senão gente vai ter vários desequilíbrios”, finaliza.