A guerra entre Ucrânia e Rússia entrou em uma nova fase, no milésimo dia de combates. O exército ucraniano usou armamentos americanos contra o rival, que fez um alerta sobre o risco nuclear da escalada do conflito.
Seis mísseis de longo alcance foram fornecidos pelos Estados Unidos e lançados pelos ucranianos em direção à Rússia. Destes, cinco acabaram interceptados pelo sistema de defesa russo. O sexto caiu próximo a um depósito de armas do exército.
O governo de Vladimir Putin minimizou os danos e confirmou que não houve vítimas. Até o momento, a Ucrânia não se manifestou oficialmente, mas militares do país e dos EUA confirmaram os ataques.
Os mísseis podem atingir alvos numa distância de até 300 km. O uso do armamento foi autorizado pelo presidente americano, Joe Biden, no domingo (17), em meio a seguidos bombardeios russos contra o território ucraniano. O mais recente deixou 12 mortos, incluindo uma criança, em Sumy, no nordeste do país.
Os ataques de Kiev com mísseis americanos marcam os mil dias de guerra contra a Rússia e uma possível retaliação de Moscou pode agravar ainda mais o conflito, já que Vladimir Putin flexibilizou as normas para o uso de armas nucleares pelo exército russo.
Um decreto assinado por Putin diz que qualquer ataque de uma nação “não nuclear”, apoiada por uma potência nuclear, será considerado uma agressão conjunta à Rússia. O documento ainda permite que o país use suas armas nucleares, mesmo se os inimigos usarem armas convencionais.
Em uma entrevista à imprensa, no Rio de Janeiro, onde participa da reunião do G20, o chanceler russo, Sergey Lavrov, disse que o fornecimento de mísseis americanos é um claro sinal de que o ocidente quer a escalada no conflito no Leste Europeu.
Já o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, voltou a pedir ajuda do Ocidente. Em um discurso por videoconferência ao parlamento europeu, ele afirmou que Putin não terminará a guerra por contra própria.