Jornal da Band

Variantes da Covid-19: 3ª dose de vacina pode ser necessária

Surgimento de variantes é novo obstáculo de laboratórios no combate à pandemia

Da Redação, com Jornal da Band

Casos de mortes de idosos por Covid-19, mesmo vacinados duas vezes, levantam uma questão: é necessária mais uma dose?

Depois das duas doses da vacina contra o novo coronavírus, a dona de casa Maria das Rezas se sentiu mais segura para retomar as caminhadas. Mas sem dispensar os cuidados.

“Chega em casa, tiro a roupa, máscara, calçado. Limpo tudo”, conta. “E álcool em gel.”

Mais de 41 milhões de idosos já receberam pelo menos uma dose da vacina contra a doença, segundo o Ministério da Saúde. Desses, 14 milhões completaram a imunização, com duas aplicações. Mas, em alguns casos, as vacinas não são suficientes para evitar complicações.

Mortes de idosos por Covid, mesmo depois das duas doses, já acontecem no País. Um exemplo foi o sambista Nelson Sargento, de 96 anos, que faleceu nesta quinta-feira (27), três meses depois de tomar a segunda dose.

“A maioria absoluta das pessoas que tomam as duas doses tem um evento de proteção contra internação, contra forma grave da doença. Agora, isso não significa que uma pessoa, mesmo jovem, que tenha tomado as duas doses esteja livre de evoluir para uma forma mais grave da doença”, explicou o infectologista Álvaro Furtado.

“Aí o papel que a gente sempre destaca, além da imunização, de as pessoas continuarem se protegendo, utilizando máscara de forma ainda constante, até que a gente tenha uma queda significativa de casos”, completou.

Com o surgimento das novas variantes, os laboratórios já estudam a aplicação de uma dose de reforço.

“Não só em relação à própria duração da imunidade, na minha opinião, mas como também em relação às variantes. As variantes colocam uma dificuldade maior para as vacinas”, alertou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, durante depoimento na CPI da Pandemia. “Portanto, uma dose adicional já com as variantes está sendo pesquisada, inclusive pelo Butantan.” 

O instituto ainda não começou os testes para determinar a eficácia da CoronaVac contra a variante indiana. Mas os médicos estão otimistas.

“Muito provavelmente (a vacina) tem cobertura (contra a nova cepa), pode ter uma queda parcial, mas isso não minimiza novamente o impacto das vacinas. Mesmo porque a gente não sabe o tamanho dessa expansão de variantes da Índia aqui no nosso País”, avaliou o infectologista Álvaro Furtado.