Jornal da Band

Veja quem são os principais nomes para substituir Boris Johnson

A renúncia de Boris Johnson ao cargo de primeiro-ministro britânico, nesta quinta-feira (07), foi concretizada após processo de desgastes em 2022

Por Felipe Kieling

Com a renúncia de Boris Johnson, já começaram as especulações sobre quem pode ser o novo líder do Partido Conservador e, consequentemente, primeiro-ministro do Reino Unido.

Os nomes mais cotados para assumir o cargo são:

Rishi Sunak, ex-ministro da economia
Ben Wallace, Ministro da Defesa, que ganhou destaque por conta da Guerra da Ucrânia
Sajid Javid, ex-ministro da Saúde
Liz Truss, atual chefe da diplomacia britânica, que já foi ministra para Mulheres e Igualdades 

Renúncia

A renúncia de Boris Johnson ao cargo de primeiro-ministro britânico, nesta quinta-feira (07), foi concretizada após processo de desgastes em 2022. Escândalos com festas ilegais na pandemia, denúncias de assédio evolvendo aliado e falta de apoio do Partido Conservador levaram à queda do governante.

Figura controversa, Johnson tinha ampla maioria no parlamento britânico. Por outro lado, denúncias relativas ao escândalo conhecido como “Partygate” fizeram com que toda essa rede sustentação começasse a ruir.

Festas ilegais na pandemia

Em janeiro, o primeiro-ministro foi acusado de dar festas ilegais com aglomeração durante a pandemia. Relatórios mostram que até a sede do governo era usada para bebedeiras, tudo isso em meio a lockdowns nacionais autorizados pelo governo. Em geral, até velórios e sepultamentos sofriam restrições de públicos, enquanto o Johnson, segundo investigações, fazia eventos.

Em maio, parlamentares e a Polícia Metropolitana de Londres concluíram as investigações sobre a “Partygate”. Constatadas as festas ilegais, Johnson foi multado. Em um dos eventos, ele comemorou o aniversário de 56 anos com amigos e familiares no próprio gabinete.

Votação de desconfiança

Já nessa situação, o premiê era alvo de pressões para deixar o cargo. No começo de junho, ele foi submetido à chamada “votação de desconfiança”, ferramenta da democracia britânica usada pelo partido do primeiro-ministro em atividade (Partido Conservador) para derrubar ou não o governante.

Na época, 56 parlamentares conservadores assinaram uma carta que pedia a saída de Johnson do governo. Porém, o premiê venceu a votação de desconfiança e ainda ganhou um ano de imunidade, ou seja, não poderia sofrer a moção por pelo menos 12 meses.

Aliado comete assédio

Passada a vitória sobre a “Partygate”, um novo escândalo vem à tona. Dessa vez, tem a ver a com denúncias de assédio sexual cometido pelo aliado Chris Pincher, vice-líder do Partido Conservador, contra dois homens. Inicialmente, ele teria apalpado dois homens em clube privado dos conservadores.

Em carta enviada ao primeiro-ministro, Pincher pediu desculpas, disse que estava bêbado e que se envergonha do comportamento inadequado, além de renunciar ao cargo de confiança no governo. Johnson, então, suspende o aliado das atividades do partido.

Premiê mentiu ao parlamento

Mas o escândalo vai além, pois Johnson sabia de acusações de assédio envolvendo Pincher desde 2019. Ainda assim, nomeou-o para ser vice-líder da bancada conservadora. Ao parlamento, o primeiro-ministro ocultou tal informação, até que, pressionado, confessou.

Na tradicional sabatina aos parlamentares, Johnson agiu para se manter no cargo. Disse que não renunciaria, mas isso não foi suficiente para obter apoio do próprio partido. Na manhã desta quinta-feira (07), o líder britânico, em frente ao Downing Street, sede do governo, oficializou a renúncia.

Com isso, Johnson fica no governo interinamente até o Partido Conservador escolher um novo primeiro-ministro, em respeito ao modelo parlamentarista do Reino Unido. Na prática, o governo ainda fica com os conservadores, pois eles são maioria na casa legislativa.

Brexit, pandemia e guerra na Ucrânia

Em quase três anos, o governo de Boris Johnson também foi marcado por feitos polêmicos, além dos escândalos, a exemplo da concretização da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), apoio do primeiro-ministro à Ucrânia contra a Rússia e campanha de vacinação em massa contra a covid-19.

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