Brasil registrou um ataque à imprensa a cada três dias em 2023

Durante o último ano, foram 111 casos de violência envolvendo 163 jornalistas e veículos de comunicação

Carolina Villela

Um levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), na última quinta-feira (4), apontou que a cada três dias um profissional de imprensa foi atacado no país em 2023.

Em dez anos, 26 jornalistas foram assassinados no Brasil em função da profissão. Durante o ano passado, foram 111 casos de violência envolvendo 163 jornalistas e veículos de comunicação.

O repórter Thiago Rodrigues, conhecido por fazer denúncias políticas no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo, foi executado em dezembro de 2023.

As agressões físicas lideram as ocorrências com 80 profissionais agredidos. Os casos de furtos (600%), injúria (200%) e atentados (50%) também cresceram. Apesar dos números preocupantes, houve uma queda de 19% no total de registros. Com redução nos casos de intimidação (-56%) ofensas (-68%), vandalismo (-40%) e crimes de importunação sexual( -25%).

Os jornalistas que cobriram os atos criminosos de 8 de janeiro, em Brasília, enfrentaram insultos e ameaças. Os ataques virtuais também preocupam.

De acordo com dados da consultoria bites, foram quase três mil ocorrências por dia (2.900), uma média de dois ataques por minuto. O cenário que, para o presidente da Abert, coloca em risco a liberdade de imprensa.

A Unesco está em contato com autoridades para encontrar uma forma de regular as redes sociais. A organização busca fazer um acordo para conter os problemas das Fake News e da desordem de informação.

No ranking mundial de liberdade de imprensa da organização internacional Repórteres sem Fronteiras, o Brasil aparece em nonagésimo segundo lugar entre os 180 países avaliados. Essa classificação é considerada problemática para o jornalismo profissional.

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