Congresso sobe o tom na resposta à decisão do comando do Carrefour na França

No Brasil, a rede varejista já sente os efeitos, com a suspensão no fornecimento de carnes por frigoríficos brasileiros

Alex Gusmão

O congresso subiu o tom na resposta à decisão do comando do Carrefour, na França, de deixar de comprar carnes vendidas pelo Mercosul. A reação acompanha o governo e o setor agropecuário. No Brasil, a rede varejista já sente os efeitos, com a suspensão no fornecimento de carnes por frigoríficos brasileiros.

A decisão foi na França, mas as consequências quem sofre é o Carrefour no Brasil, que vê o protesto aqui ganhar força com o boicote à rede de supermercados. Pode faltar carne nas gôndolas nos próximos dias. 

Alguns dos principais frigoríficos nacionais interromperam a entrega do produto, entre eles, o masterboi, que fornece por mês 250 toneladas à empresa, e a JBS. Em nota, o Carrefour lamentou a situação e admitiu que a medida vai afetar os clientes.

A represália veio depois da declaração do CEO do Carrefour da França, Alexandre Bompard, que na semana passada anunciou a suspensão da compra de carne do Mercosul, em solidariedade aos produtores franceses, contrários a um acordo de livre comércio do bloco com a união europeia.

A informação nos bastidores é a de que a direção da rede no Brasil entrou em contato com o ministério da agricultura para dizer que foi pega de surpresa e que trabalha para ter uma posição diferente do Carrefour da França.

Prejuízo no caixa e na imagem da empresa no país. O motivo é a forte reação do setor agropecuário, do governo e do congresso. Nesta segunda, o presidente da câmara cobrou um pedido de desculpas do Carrefour ao brasil.

O deputado Alceu Moreira pediu a instalação de uma comissão externa da câmara para analisar o boicote do Carrefour, e afirmou que a decisão francesa fere "os princípios do diálogo e da cooperação internacional, tão fundamentais para a garantia da interdependência do mercado global, tornando-se passíveis de fiscalização".

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