Julho de 2023 deve ser o mês mais quente já registrado, alerta ONU

Alerta foi emitido pela Organização Meteorológica Mundial em comunicado divulgado nesta quarta (27). ‘Julho quebrará recordes em todos os setores’, disse o secretário-geral da ONU

Da Redação

Julho de 2023 deve ser o mês mais quente já registrado, alerta ONU
Homem ao lado de um ventilador para se refrescar durante uma onda de calor em Roma, em 14
REUTERS/Guglielmo Mangiapane/File Photo

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (27), a Organização Meteorológica Mundial (OMM), da Organização das Nações Unidas (ONU), alertou que o atual mês de julho está a “caminho de ser o julho mais quente e o mês mais quente já registrado”. 

O alerta da ONU é feito com base nos dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), um observatório financiado pela União Europeia (UE). 

As temperaturas estão relacionadas a ondas de calor em grande parte da América do Norte, Ásia e Europa, que, juntamente com incêndios florestais em países como Canadá e Grécia, tiveram grandes impactos na saúde das pessoas, no meio ambiente e nas economias.

“Não precisamos esperar o final do mês para saber disso. Com exceção de uma mini Era do Gelo nos próximos dias, julho de 2023 quebrará recordes em todos os setores”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na sede da ONU, em Nova York.

Segundo Guterres, julho já registrou o período de três semanas mais quente já registrado; os três dias mais quentes já registrados; e as temperaturas oceânicas mais altas de todos os tempos para esta época do ano. “Tudo isso é inteiramente consistente com previsões e avisos repetidos. A única surpresa é a rapidez da mudança”, pontuou.

Em 6 de julho, a média diária da temperatura média global do ar na superfície ultrapassou o recorde estabelecido em agosto de 2016, tornando-se o dia mais quente já registrado, com 5 e 7 de julho logo atrás. As três primeiras semanas de julho foram o período de três semanas mais quente já registrado. 

“Temperaturas recordes fazem parte da tendência de aumentos drásticos nas temperaturas globais. As emissões antrópicas são, em última análise, o principal fator dessas temperaturas crescentes”, declarou Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).

Ele acrescentou que “é improvável que o recorde de julho permaneça isolado este ano, as previsões sazonais do C3S indicam que as temperaturas nas áreas terrestres provavelmente estarão bem acima da média, excedendo o percentil 80 da climatologia para a época do ano”.

A OMM prevê que há 98% de probabilidade de que pelo menos um dos próximos cinco anos seja o mais quente já registrado e 66% de chance de exceder temporariamente 1,5°C acima da média de 1850-1900 por pelo menos um dos cinco anos.

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