A Justiça Federal do Rio manteve a prisão preventiva do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, decretada durante desdobramento da Lava Jato. Na ação, o político é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, praticadas em um esquema de propinas para favorecer o empresário Eike Batista.
A decisão foi tomada nesta segunda-feira (9), durante julgamento de recurso apresentado pela defesa de Cabral, que pedia substituição da pena por medidas cautelares, como a prisão domiciliar. Os advogados sustentavam que Sergio teria se oferecido para colaborar com as investigações e que não haveria risco de ele tentar fugir do País. Além disso, alegavam que todos os demais réus condenados no mesmo processo tiveram o direito de recorrer em liberdade.
A relatora do processo, a desembargadora federal Simone Schreiber, no entanto, argumentou que a soltura do ex-governador poderia pôr em risco a ordem pública, já que, segundo ela, mesmo afastado de mandatos eletivos, Cabral ainda pode exercer influência política.
Além desta ação, Sergio Cabral é mantido em prisão preventiva pelos processos da Operação Calicute, também da Justiça Federal do Rio de Janeiro, e por dois outros, sendo um da Justiça Federal do Paraná e outro do Tribunal de Justiça do Rio.
O julgamento desta segunda se refere ao processo da Operação Eficiência 1, desdobramento da Lava Jato no Rio.
Cabral teve a prisão preventiva decretada pelo juiz federal Marcelo Bretas em janeiro de 2017. Ele foi condenado em julho do ano seguinte a 22 anos de prisão. Cabral tem quatro prisões preventivas decretadas, por isso continuaria na cadeia ainda que a decisão do TRF-2 fosse pela liberdade.
O ex-governador já foi condenado em 20 processos da Operação Lava Jato. Somadas, as penas ultrapassam 390 anos de prisão.