Moises Rabinovici

Líder do Hezbollah conclui que explosões de pagers constituem “declaração de guerra”

Após explosões de pagers e walkie-talkie, Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, admitiu que o grupo sofreu um duro golpe

Por Moises Rabinovici

Líder do Hezbollah conclui que explosões de pagers constituem “declaração de guerra”
Feridos por explosões de pagers são levados de ambulância
Feridos por explosões de pagers são levados de ambulância (Foto: Mohamed Azakir/Reuters)

Enquanto o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, declarava que Israel “violou todas as linhas vermelhas”, em sua primeira reação pública às explosões de pagers e walkie-talkie no Líbano, os libaneses ouviam os aviões israelenses rompendo a barreira do som sobre Beirute, depois de ataques no sul-libanês. 

O vídeo gravado de Nasrallah, que nunca aparece ao vivo pela TV, por segurança contra assassinato, contém ainda a acusação de que Israel promoveu “um massacre sem precedentes”. 

Ele prosseguiu: “Na terça-feira, Israel pretendia matar 4.000 pessoas em um minuto detonando os pagers. Muitos deles eram civis. No dia seguinte, mais 1.000 em um minuto. Em dois minutos, Israel pretendia matar 5.000”.

Nasrallah admitiu que “sofremos um duro golpe”. Mas “isso é guerra, isso é conflito. Sabemos que o inimigo, não apenas Israel, mas também os EUA e a OTAN, tem superioridade tecnológica”. Ele concluiu que as explosões constituíram “uma declaração de guerra”. 

Alguns jatos israelenses que atacavam no sul do Líbano foram até Beirute, onde romperam a barreira do som como fundo ao discurso de Nasrallah. O boom supersônico causou pânico. O chefe do Estado Maior do Exército de Israel, Herzl Halevi, espera apenas uma ordem do governo para executar os planos de ataque ao Hezbollah que anunciou estarem prontos. O objetivo é acabar com os disparos de mísseis e morteiros contra o norte israelense, para então trazer de volta cerca de 60 mil residentes que foram deslocados para o sul, há quase um ano.

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