O líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), insinuou nesta sexta-feira (17) que a ideia sugerida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) de instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, é apoiada pelo Partido dos Trabalhadores . A ideia, levantada pelo próprio presidente da República, é investigar a gestão da estatal e os sucessivos aumentos nos combustíveis.
“O presidente da Câmara [Arthur Lira], desesperado, fazendo pressão em cima do presidente da Petrobras, dizendo que vai chamar uma CPI. Pois, presidente Arthur Lira: Está aqui um que assina. Sou o primeiro a assinar. E agora, se o senhor não propuser, nós vamos propor a CPI da Petrobras para saber aonde foram os dividendos bilionários”, disse Prates.
Durante sua visita ao Rio Grande do Norte nesta sexta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro disse que vai “propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito CPI para investigar a Petrobras” após a estatal anunciar um novo reajuste nos combustíveis.
“Conversei agora há pouco com o Arthur Lira, reunido com líderes partidários e nossa ideia é propor uma CPI para investigar a Petrobras, seus diretores e os membros do Conselho”, disse o presidente em entrevista transmitida em seu perfil oficial no Facebook.
A Petrobras anunciou nesta manhã um novo reajuste no preço dos combustíveis. A gasolina subiu 5,18%, enquanto o diesel teve acréscimo no preço de 14,25%. O presidente questiona a medida e afirma que o "lucro da Petrobras é uma coisa que ninguém consegue entender".
“Traição para com o povo brasileiro. Ela lucra seis vezes mais que a média que as petrolíferas de todo mundo. As petrolíferas fora do Brasil reduziram seu lucro, mas continuam tendo lucro para, exatamente, atender a população no momento difícil, por que isso tudo é fruto de uma guerra longe do Brasil”, afirmou Bolsonaro.
Pacheco
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta sexta-feira (18) que não há separação entre o governo e a Petrobras. Segundo ele, a União deveria criar uma conta com os lucros da empresa para proteger os preços de fatores externos, se o governo não quer interferir na governança da estatal.
“Se a situação dos preços dos combustíveis está saindo do controle, o Governo deve aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população, por meio de uma conta de estabilização de preços em momentos de crise. Afinal, é inexistente a dicotomia Petrobras e Governo, pois a União é a acionista majoritária da estatal e sua diretoria indicada pelo Governo. Além disso, medidas semelhantes estão sendo adotadas por outros países em favor de sua economia e de sua população”, afirmou em nota.
Centrão
Deputados e senadores do Centrão, além de integrantes do governo que compõem o grupo, criticam a política de preços da Petrobras. Com o anúncio de novo aumento no valor do diesel e da gasolina, os políticos, que são aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), dispararam ataques em pronunciamentos e mensagens na internet.
Simultaneamente, o grupo articula um pedido de renúncia imediata do presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho e uma quebra de “monopólio da estatal”.
A Petrobras concentra em suas refinarias a produção de quase todos os combustíveis distribuídos nos postos do País. O mercado, porém, é aberto a outros concorrentes há mais de 20 anos.
A ausência de concorrência está ligada ao controle estatal da gigante do petróleo, pois isso inibe a entrada de empresas capazes de concorrer com uma tão grande e antiga quanto a Petrobras.