O Grupo Light entrou com o pedido de recuperação judicial nesta sexta-feira. A concessionária de energia do Rio de Janeiro tem dívidas estimadas em R$ 11 bilhões de reais. Em comunicado emitido para sócios e acionistas, a empresa justificou o pedido afirmando que “atual situação econômico-financeira da Companhia vem se agravando”.
“Embora siga avançando nesse sentido, e não obstante os esforços empreendidos nos últimos meses, os desafios oriundos da atual situação econômico-financeira da Companhia e algumas de suas subsidiárias (“Grupo Light”) se mantêm e vêm se agravando, o que demanda a tomada urgente de outras medidas que possam protegê-las até que seja possível implementar o referido equacionamento do seu endividamento” disse a nota.
Um dos maiores problemas apontados por representantes da empresa são os altos índices de furtos de energia no Rio de Janeiro.
A empresa atende a 31 municípios do Rio de Janeiro e a cerca de 11,6 milhões de consumidores. E a situação pode piorar: a companhia corre sérios riscos de perder a concessão no estado e, consequentemente, sua maior fonte de renda.
A B3 informou que as ações da Light serão retiradas de todos os índices da empresa a partir da próxima segunda-feira. Porém, mesmo com o pedido de recuperação Judicial, a prestação do serviço da Light será mantida.
Em seu portal, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou uma nota de esclarecimento. Conforme o texto, o pedido foi interposto pela Light S.A. e não pela Light Serviços de Eletricidade S.A., subsidiária responsável pela distribuição de energia no Rio de Janeiro. De acordo com a Aneel, a legislação estabelece que os regimes de recuperação judicial e extrajudicial não se aplicam às concessionárias de serviços públicos de energia elétrica.
"Informamos que nenhuma obrigação intrassetorial teve seus pagamentos suspensos ou postergados, o que inclui contratos da distribuidora com geradoras, transmissoras e o pagamento dos encargos setoriais. Também estão preservadas integralmente as obrigações com fornecedores de serviços, equipamentos, mão de obra e funcionários", registra a nota.