LinkedIn diz que permitirá anúncio de vagas com políticas afirmativas

LinkedIn, rede social do mundo corporativo, mudou política que não permitia ações afirmativas após excluir anúncio de vagas para negros e indígenas

Da redação com Agência Brasil

LinkedIn voltou atrás em decisão que proibia anúncios com políticas afirmativas Divulgação LinkedIn
LinkedIn voltou atrás em decisão que proibia anúncios com políticas afirmativas
Divulgação LinkedIn

Após receber questionamentos do Procon de São Paulo e do Ministério Público Federal (MPF), a plataforma LinkedIn, rede social do mundo corporativo, mudou a política que não permitia anúncio de vagas de emprego com ações afirmativas.

“No Brasil, agora, são permitidas vagas afirmativas, inclusive para pessoas negras e indígenas”, diz o comunicado. A rede social tem como foco o mercado de trabalho, com perfis de profissionais, empresas e divulgação de oportunidades.

A plataforma havia excluído um anúncio de uma vaga de emprego, feito pelo Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (Laut), em que seria dada preferência a candidatos negros e indígenas. Na ocasião, o LinkedIn disse, pelo Twitter, que as ofertas não deveriam especificar “preferências ou requisitos relacionados a características individuais, como idade, sexo, religião, etnia, raça ou orientação sexual”.

O MPF considerou que a medida contrariava os esforços para inclusão de grupos que sofreram violências históricas no Brasil.

“No âmbito público, é obrigação constitucional do Estado promover as ações afirmativas, como as cotas nas universidades públicas. Já no setor privado, não há obrigatoriedade, mas é cada vez maior o número de empresas que adotam medidas inclusivas”, disse a procuradoria em nota divulgada na semana passada.

Novo posicionamento

Em nova manifestação, a plataforma anunciou ter mudado o posicionamento sobre o tema. “Atualizamos nossa política global de anúncios de vagas para permitir a divulgação de publicações que expressem preferência por profissionais de grupos historicamente desfavorecidos na contratação em países onde esta prática é considerada legal”, diz a nota do LinkedIn.

A rede social reconheceu que a mudança foi motivada pelos questionamentos recebidos de órgãos públicos e dos usuários brasileiros.

“No Brasil, agora são permitidas vagas afirmativas, inclusive para pessoas negras e indígenas. Agradecemos o feedback que recebemos da nossa comunidade no Brasil. Fazer a coisa certa é importante e estamos comprometidos em continuar aprendendo e melhorando”, acrescenta o comunicado.

Empresas apoiam mudança

Empresas e diversos usuários se mostraram satisfeitos com a mudança de posicionamento do LinkedIn. Em um posicionamento conjunto, o varejista Magazine Luiza, o Nu Bank e a plataforma de entrega de refeições Ifood celebraram a nova política.

“Recebemos com muita satisfação o posicionamento do LinkedIn sobre a atualização de sua política global de anúncios de empregos, de forma a permitir a divulgação de vagas afirmativas de acordo com a legislação vigente de cada país”, diz a nota das empresas divulgada na própria plataforma.

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