As chuvas que atingem o Litoral de São Paulo desde a noite de quarta-feira (24) causaram pontos de alagamento, deslizamentos de terra, bloqueio de rodovias e deixaram famílias desabrigadas. Mas, os acumulados registrados nas últimas 72 horas dão conta da razão de todos esses transtornos.
Um levantamento feito pelo Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil estadual (CGE) revelou que as cidades da Baixada Santista e do Litoral Norte foram severamente atingidas e com acumulados de chuva muito elevados.
Guarujá registrou 397 mm em três dias ou 181% do volume esperado para o mês de janeiro inteiro, que é de 219 mm. Em Santos, era esperado 256 mm para o mês, no entanto, choveu 330 mm em 72 horas, 28% acima do acumulado para todo o mês.
No município de Ubatuba o acumulado de 72 horas foi de 422 mm, 34% acima da chuva esperada para janeiro todo, que são 313 mm. Em Ubatuba a chuva tem sido tão intensa que desde 1º de janeiro já choveu 868 mm, ou quase três vezes o volume da média do mês.
Outras cidades do litoral também tiveram acumulados expressivos nas últimas 72 horas:
Bertioga: últimas 72 horas: 393 mm; esperado para o mês: 403 mm
Caraguatatuba: últimas 72 horas: 267 mm; esperado para o mês: 295 mm
São Sebastião: últimas 72 horas: 256 mm; esperado para o mês: 280 mm
São Vicente: últimas 72 horas: 308 mm; esperado para o mês: 332 mm
Segundo o meteorologista do CGE, Vitor Takao, a baixa pressão atmosférica que atuava no Sudoeste, aliada a umidade marítima, contribuiu para a formação de linhas de instabilidade que trouxeram toda essa chuva para o litoral paulista.
“Nosso alerta previu essa chuva do litoral, mas, agora, os próximos dias tendem a ter um volume de chuva um pouco menor, embora ainda teremos muita nebulosidade e chuva variando de fraca à moderada em algumas regiões”, destaca Vitor.