Lula vai à Bruxelas para cúpula Celac-UE e reuniões bilaterais

Segundo o Itamaraty, o petista deve apresentar o posicionamento brasileiro em relação às exigências da União Europeia para concluir acordo com Mercosul

Da Redação com Agência Brasil

Lula vai à Bruxelas para cúpula Celac-UE e reuniões bilaterais
Lula durante o Conversa com Presidente desta terça-feira (4)
Reprodução

Líderes políticos de 60 países-membros da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia vão se reunir, a partir de segunda-feira (17), em Bruxelas, para discutir temas de interesse comum entre os blocos. A última reunião entre líderes das duas regiões ocorreu em 2015. 

A delegação brasileira será chefiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integrada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

As discussões entre os blocos devem abordar assuntos como mudança do clima; comércio e desenvolvimento sustentável; inclusão social; recuperação econômica pós-pandemia; transição energética, transformação digital justa e inclusiva; migrações; reforma da arquitetura financeira internacional; luta contra o crime organizado; e cooperação para o desenvolvimento. Serão abordadas diferentes iniciativas e projetos de cooperação, com vistas ao fortalecimento das relações birregionais.

Embora não figure entre os principais temas da 3ª Cúpula Celac-União Europeia, as negociações para conclusão do acordo de livre-comércio entre os países do bloco europeu e do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) podem ser objeto das conversas. 

Segundo o Itamaraty, Lula levará ao evento o posicionamento brasileiro em relação às últimas exigências do bloco europeu para aprovar a assinatura do tratado, que incluem, entre outras coisas, a previsão de multas em caso de descumprimento de obrigações ambientais.

“Este é um assunto que está sempre na ordem do dia e que deve ser abordado em Bruxelas”, afirmou o diretor do Departamento de Política Econômica, Financeira e de Serviços do Ministério das Relações Exteriores, Philip Fox-Drummond Gough, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (13).

“O que posso adiantar é que a nossa resposta vai ter foco no conceito de desenvolvimento sustentável”, acrescentou Gough, admitindo que a versão final da resposta, com eventuais acréscimos e reparos feitos por Argentina, Paraguai e Uruguai, só deve ser apresentada ao bloco europeu após o término da cúpula, que se encerra na terça-feira (18). “Estamos prevendo reuniões e videoconferências para examinar os detalhes. Nossa expectativa é que, em algumas poucas semanas, possamos passar este documento para o lado europeu”, declarou. 

Reuniões 

A convite da União Europeia, Lula também vai participar da abertura da mesa de negócios União Europeia - América Latina e Caribe. A mesa reunirá líderes políticos, representantes de bancos de desenvolvimento e do setor privado para explorar oportunidades de investimentos em áreas como energias renováveis, transporte, infraestrutura, digitalização e conectividade.

Apesar do Planalto ainda não ter divulgado a agenda oficial de Lula em Bruxelas, estão previstas reuniões e encontros com líderes políticos e empresariais europeus. Segundo a secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, Maria Luisa Escorel de Moraes, o ministério recebeu uma “profusão de pedidos de reuniões bilaterais”.

O chefe do governo brasileiro terá encontros com o rei da Bélgica, Philippe Léopold Louis Marie, e com o primeiro-ministro do país anfitrião, Alexandre De Croo. Também já foram confirmados compromissos com os representantes da Áustria e da Suécia.

Além disso, a convite do presidente do Partido Socialista Europeu e ex-primeiro-ministro da Suécia, Stephan Löfven, Lula vai participar de um café da manhã com um grupo autodenominado “líderes progressistas”. 

O Itamaraty informou que integram o grupo os presidentes da Argentina, do Chile, da Colômbia, da República Dominicana, da Alemanha, da Dinamarca e da Espanha, além do primeiro-ministro de Portugal, Antônio Costa. “Vai ser um encontro, uma troca de ideias, mas não sabemos exatamente qual a pauta. Certamente, há muitos assuntos e interesses em comum”, explicitou Maria Luisa.

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