O governo da França classificou nesta quarta-feira (9) como "grave" o ataque sofrido na véspera pelo presidente do país, Emmanuel Macron. Em visita à cidade de Valence, região de Auvérnia-Ródano-Alpes, no sul do país, Macron foi alvo de um tapa dado por um homem no rosto quando cumprimentava moradores.
Em entrevista à rádio Europe1, o porta-voz do Executivo francês, Gabriel Attal, lamentou o que classificou como um “ato de violência”, e disse que o incidente não pode ser banalizado.
“É grave, porque qualquer forma de violência é grave, e é também grave quando atinge um representante, um depositário da autoridade pública”, descreveu Attal.
As autoridades locais apuram se a agressão foi planejada ou fruto de uma ação de momento. Segundo a Europe1, caso seja condenado, o agressor pode pegar três anos de prisão. Além dele, outro homem foi detido após o ataque da terça-feira.
Influência medieval, canais de direita e livro de Hitler
O agressor foi identificado pela imprensa francesa como Damien T., de 28 anos. Ele se apresenta como instrutor de “artes marciais históricas”, apaixonado por jogos de tabuleiro e entusiasta do período medieval – no momento do tapa, declarou um grito de guerra associado à extrema-direita francesa e ao período da monarquia local.
Até o momento, de acordo com a Europe1, não há evidências que vinculem oficialmente o homem a partidos ou associações. No entanto, segundo o veículo, “Damien T. assina vários canais de extrema-direita” no YouTube – um deles, de um homem que foi condenado em 2018 por incitação ao ódio e contestação de crimes contra a humanidade.
A rádio informou que a polícia realizou buscas na casa de uma pessoa que acompanhava Damien T. na terça-feira para filmar o ataque. No local, encontrou uma cópia do livro “Minha Luta”, escrito por Adolf Hitler, além de um rifle, uma espada e uma adaga medieval.