A Organização Internacional para as Migrações (OIM) teme que 63 pessoas tenham morrido no naufrágio de um barco com cerca de 100 migrantes ocorrido perto da costa de Cabo Verde. Foram resgatados 38 ocupantes da embarcação, incluindo crianças com idades entre 12 e 16 anos, disse a porta-voz da OIM Safa Msehli, nesta quarta-feira (16/08).
Conforme a OIM, sete pessoas já foram encontradas mortas pelos serviços de resgate e 56 estão desaparecidas. "Quando as pessoas são dadas como desaparecidas após um naufrágio, elas são consideradas mortas", disse a porta-voz Msehli.
O barco havia sido avistado na segunda-feira a cerca de 277 quilômetros da ilha Sal por um barco de pesca espanhol, que teria então alertado as autoridades cabo-verdianas.
O Ministério do Exterior do Senegal, citando testemunhas, disse que a embarcação deixou a vila senegalesa de Fass Boye em 10 de julho com 101 pessoas a bordo.
Famílias em Fass Boye, cidade litorânea a 145 quilômetros ao norte da capital Dakar, procurou a organização humanitária de defesa de migrantes Walking Borders em 20 de julho após 10 dias sem notícias de seus entes queridos no barco, segundo a fundadora da ONG Helena Maleno Garzón.
Perigosa rota migratória
O arquipélago de Cabo Verde fica a cerca de 600 quilômetros da costa da África Ocidental e está na rota migratória para as Ilhas Canárias, que pertencem à Espanha.
A rota da África Ocidental para a Espanha é uma das mais perigosas, mas o número de migrantes que saem de Senegal em pequenos barcos de madeira aumentou no ano passado. Fatores como desemprego entre jovens, instabilidade política e o impacto das mudanças climáticas levam migrantes a arriscar suas vidas em barcos superlotados.
Quase mil migrantes morreram tentando chegar à Espanha por mar no primeiros seis meses de 2023, de acordo com a Walking Borders. Em 7 de agosto, a Marinha marroquina recuperou os corpos de cinco senegaleses migrantes e resgatou outras 189 pessoas depois que seu barco virou na costa do Saara Ocidental.
md/cn (AFP, AP)