Maquinistas ameaçam paralisar trens na Alemanha

Sindicato aprovou realização de "ações mais duras" para pressionar companhia ferroviária a atender reivindicações da categoria, abrindo caminho para greve prolongada em janeiro, sem data para acabar.

Por Deutsche Welle

Milhares de partidas de trens podem ser canceladas em greves prolongadas na Alemanha no próximo mês. Nesta terça-feira (19/12) maquinistas aprovaram a realização de longas paralisações em janeiro, por conta da disputa por melhores salários com a operadora ferroviária estatal Deutsche Bahn (DB).

"No geral, os nossos colegas enviaram um sinal claro", disse em Frankfurt Claus Weselsky, chefe do Sindicato dos Maquinistas Alemães (GDL, na sigla em alemão), após os membros da entidade aprovarem a realização de ações de maior impacto na luta por melhores salários para a categoria, abrindo caminho para greves sem tempo determinado para acabar. A decisão foi aprovada por margem ampla de 97% dos votos de 70% dos afiliados.

As ações podem começar a partir de 8 de janeiro, segundo o GDL.

Nas últimas semanas, o sindicato realizou duas paralisações de advertência de 24 horas na disputa salarial, uma em dezembro, outra em novembro. "O que vem a seguir será mais forte, mais longo e mais duro para os passageiros" em comparação com as greves anteriores, alertou Weselsky.

Impasse nas negociações

O GDL e a DB começaram a negociar no início de novembro, mas rapidamente as negociações chegaram a um impasse. Após uma segunda rodada de conversas, Weselsky disse que as negociações fracassaram e pressionou por uma votação entre os membros do GDL.

Um ponto central de discórdia é a exigência do GDL de uma redução na semana de trabalho de 38 horas para 35 horas, em turnos com remuneração integral. A empresa ferroviária considera que isto é inviável, em parte devido à escassez de pessoal qualificado.

O GDL também está exigindo um aumento salarial no período de pelo menos 555 euros e um bônus de 3 mil euros para compensar perdas da inflação. Por sua vez, a Deutsche Bahn ofereceu um aumento salarial de 11% e um bônus de inflação de 2.850 euros, a ser pago no decorrer de 32 meses.

Desde o início das negociações salariais, no início de novembro, o GDL já paralisou trens de passageiros duas vezes, com greves de 20 e 24 horas.

As greves mais longas já convocadas pelo GDL duraram quase seis dias.

?md (DPA, AFP)

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