Ministério Público do RJ denuncia policiais que abordaram jovens negros em Ipanema

Jovens são filhos de diplomatas e foram abordados em julho por dois policiais militares em patrulha; eles foram denunciados pelos crimes de ameaça e constrangimento ilegal

Da redação

Ministério Público do RJ denuncia policiais que abordaram jovens negros em Ipanema
Abordagem da PM aos filhos de diplomatas
PM abordou filhos de diplomatas em Ipanema, na zona sul do Rio | Foto: Reprodução

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou os policiais militares envolvidos na abordagem de quatro adolescentes, em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, em julho deste ano.  

Os jovens abordados na portaria de um prédio de Ipanema eram filhos de diplomatas - três dos quatro abordados eram negros.  

Os sargentos Luiz Felipe dos Santos Gomes e Sergio Regattieri Fernandes Marinho, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foram denunciados pelos crimes de ameaça e constrangimento ilegal.

Na época da abordagem, os policiais militares foram acusados de conduta racista. O Ministério das Relações Exteriores enviou um pedido de desculpas aos embaixadores do Canadá, do Gabão e de Burkina.

De acordo com a denúncia, os policiais abordaram as vítimas de forma truculenta. Os jovens entravam em um prédio na rua Prudente de Morais quando a viatura da PM parou em cima da calçada, e os policiais desceram com as armas em punho. O grupo formado por um jovem branco e outros três negros foi obrigado a encostar na parede para revista.

Segundo a ação penal, enquanto o sargento Ragattieri fazia a segurança do entorno da abordagem, o outro policial teria obrigado os adolescentes a mostrarem as partes genitais durante a revista.  

O promotor de Justiça Paulo Roberto Mello Cunha Júnior destaca na denúncia o fato de que antes de deixar o local e nada ter encontrado na revista, o policial militar Luiz Felipe teria dito às vítimas para ficarem atentas e que adolescentes estariam praticando o crime de roubo na localidade. 

“Não deveriam sair de casa nesse horário e que, na próxima revista, poderia ser pior”, diz trecho da denúncia. 

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