
Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos, acompanhou o desembarque dos 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos após a posse de Donald Trump como presidente. Em vídeo publicando nas redes sociais, a chefe da pasta classificou o processo de deportação como "violação dos direitos dos brasileiros".
O avião da Força Aérea Brasileira aterrissou no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, às 21h10 do sábado (25). Os extraditados listaram uma série de torturas e agressões no processo de deportação para o Brasil.
"Os países, eles podem ter suas políticas imigratórias, mas nunca violar os direitos humanos de ninguém", declarou Macaé Evaristo.
A aeronave que levava os brasileiros pousou primeiro em Manaus, no Amazonas, devido a problemas técnicos. O grupo ficou horas preso dentro da aeronave, sem ar condicionado, e dormiu de forma improvisada. Todos estavam algemados e acorrentados.
“Fiquei 50 horas acorrentado no braço, na barriga e nos pés. Sem poder ir ao banheiro. Se fosse, ficava com a porta aberta. Estávamos suados, as crianças chorando. Pedimos para sair [do avião] e não deixaram. Um deles me agrediu, me enforcou, não sei quem é o segurança. A gente pedia para tirar as algemas, meu braço está inchado”, contou Jeferson Maia à BandNews TV.
Além dos relatos de abusos durante o voo, os brasileiros detalharam também que sofreram uma série de violências quando estavam detidos em solo norte-americano esperando para saber se teriam a estadia regularizada ou se seriam deportados.
“Fiquei 8 meses no processo [de deportação], achando que poderia sair, mas na verdade não consegui. Fiquei 8 meses em um lugar quente, sendo torturado psicologicamente, não me alimentando bem, sem saber o que ia acontecer. Foi muito difícil”, relatou Deividson Toledo.