A aliança do primeiro-ministro Narendra Modi deve vencer as eleições da Índia, garantindo o comando do país por mais cinco anos em seu terceiro mandato consecutivo, mas seu partido, o nacionalista hindu BJP, aparece com um desempenho muito abaixo do esperado segundo as pesquisas eleitorais, e deve amealhar 167 dos 543 assentos do Parlamento, de acordo com resultados preliminares.
O resultado deve deixar Modi, 73, dependente de uma coalizão para governar e abalar a hegemonia do BJP, alçado ao poder em 2014.
A Aliança Democrática Nacional (NDA), liderada pelo BJP, deve garantir 292 cadeiras. Em 2019, foram 303, sendo que 240 haviam sido eleitos pelo BJP.
Os números do BJP provavelmente foram puxados para baixo pelo fraco desempenho do partido no estado mais populoso do país, Uttar Pradesh, que elege 80 parlamentares – destes, o BJP liderava a apuração para 36 cadeiras, abaixo das 62 que conquistou em 2019.
"O povo depositou sua fé na NDA pela terceira vez consecutiva!", declarou Modi via X (antigo Twitter). "Continuaremos o bom trabalho feito na última década para continuar realizando as aspirações do povo."
Oposição cresce no Parlamento
A aliança oposicionista India, liderada pelo Congresso, partido centrista de Rahul Gandhi (uma família de longa tradição política na Índia, sem parentesco com o pacifista Mahatma Gandhi), performava acima do esperado, com mais de 230 cadeiras, segundo os resultados preliminares – 100 deles conquistados pelo Congresso, quase o dobro dos 52 conquistados em 2019.
"O país declarou de forma unânime e clara: não queremos que Narendra Modi e Amit Shah se envolvam na administração deste país, não gostamos da forma como eles têm administrado este país", disse Gandhi a repórteres, referindo-se ao poderoso número dois de Modi, o ministro do Interior.
Perguntado se a oposição tentaria formar um governo, Gandhi disse que o Congresso manteria conversas com aliados na quarta-feira para decidir sobre os próximos passos.
ra (Reuters, ots)